FII – Essas três letrinhas foram o destaque do ano passado quando o assunto é investimentos. Os FIIs, ou Fundos de Investimentos Imobiliários chegaram com tudo no mercado brasileiro. Embora seja um modelo de investimento bastante tradicional, só agora, com a queda da taxa Selic, é que os FIIs se tornaram populares.
Mas a questão é: investir em fundos imobiliários é seguro? Os FIIs são uma boa alternativa para quem deseja fugir da poupança? Há cobrança de imposto de renda para investidores de fundos imobiliários?
Foi pensando em ajudar você na hora de escolher o melhor FII para investir em 2020 que selecionei as 6 dicas essenciais para quem deseja entrar para o mundo dos fundos imobiliários. Acompanhe o texto:
Dica 1 – Saiba o que é um fundo imobiliário antes de investir
Apesar de parecerem algo muito complicado, os fundos imobiliários funcionam como os fundos tradicionais, com a diferença de que investem o seu capital em imóveis ou em papeis do setor imobiliário, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) ou os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
O investidor compra a quantidade de cotas que desejar e passa a receber parte dos dividendos do fundo. Como numa espécie de condomínio de recursos, o fundo aplica o dinheiro dos cotistas nos empreendimentos que achar mais lucrativo e, em contrapartida, paga aos cotistas uma parte dos lucros.
A vantagem desse tipo de investimento é que você pode ser dono de uma parte de um grande empreendimento imobiliário, como um shopping center, por exemplo, sem ter que investir grandes quantias de dinheiro. Hoje já é possível comprar cotas de fundos imobiliários a partir de qualquer valor.
Outra vantagem é que os FIIs pagam dividendos mensais. Ou seja, você receberá todo mês um rendimento equivalente à sua cota dentro do fundo. Além disso o cotista poderá vender suas cotas quando desejar. Se o fundo for bem administrado e estiver indo bem no mercado, suas cotar tendem a valorizar, o que representa mais uma chance de lucro.
Dica 2 – Fundos imobiliários não são todos iguais
Os fundos imobiliários possuem sua rentabilidade e risco ligados ao mercado imobiliário. Quanto mais aquecido esse mercado, melhores sãos os rendimentos.
Antes de começar a investir nesse setor é importante saber que existem basicamente três tipos de fundos imobiliários. Vamos conhece-los melhor:
- Fundos de tijolos: são os fundos com base em imóveis de verdade. Aqui podemos listar os fundos que investem em shopping centers, galpões, lojas, lajes corporativas, centros comerciais e muitos outros empreendimentos.
- Fundos de papel: aqui temos os fundos que aplicam seu patrimônio em operações financeiras, muitas delas de renda fixa, como LCIs, LCAs e CRIs. Os fundos desse setor são atrelados a algum índice econômico, geralmente ao CDI ou a taxa Selic.
- Fundos híbridos: aqui temos os fundos que combinam os dois modelos acima citados. Podem ser fundos de tijolos com parte do capital investido em LCIs, por exemplo.
Dica 3 – Avalie sempre a liquidez do se fundo imobiliário
Ao contrário do investimento em imóveis, que nem sempre são fáceis de vender, os fundos imobiliários possuem uma maior liquidez. Isso quer dizer que na hora de vender suas cotas e transformar seus papeis em dinheiro não há entraves ou dores de cabeça. Mas é preciso ficar atento.
A maioria dos FIIs são negociados em bolsa, tal qual as ações. Isso facilita a negociação entre investidores e garante maior transparência no processo de venda e compra das cotas. Mas em alguns casos o fundo pode sofrer desvalorização e não são raros os casos de cotistas que não conseguem liquidar suas cotas.
Dica 4 – A maioria dos fundos imobiliários não possui cobrança de imposto de renda
Outra característica que atrai cada vez mais pessoa para os fundos imobiliários é o fato de que boa parte dos FIIs não possui cobrança de imposto de renda.
Mas atenção: a isenção da cobrança do IR depende de uma série de fatores. É fundamental se informar, tanto na sua corretora, quando com a ajuda de um especialista, antes de aplicar o seu dinheiro num FII.
Confira algumas condições para a isenção do imposto de renda ao investir em fundos imobiliários:
Cotas negociadas exclusivamente em Bolsa: ou seja, se o seu fundo não for negociado em Bolsa, nada feito. Verifique isso antes de adquirir suas cotas, pois os FIIs fora da Bolsa também podem ter cobranças de taxas maiores que o usual.
Fundo com no mínimo 50 cotistas: muitos fundos são negociados em Bolsa, mas por serem recentes ou pouco conhecidos, possuem menos de 50 cotistas entre seus investidores. Se o fundo não atingir a marca de pelo menos 50 cotistas ativos você irá pagar IR.
O cotista não pode ter mais que 10% das cotas: outro detalhe importante, pois alguns fundos com valores totais de investimento menores podem cair na cobrança de imposto de renda. Verifique, a cada compra de cotas, qual o valor total do fundo. Se o montante de cotas em seu nome ultrapassar 10% do valor total do FII então você terá que pagar imposto de renda.
Se tiver dúvidas sobre o assunto, não deixe de conferir esse post sobre a cobrança de imposto de renda para cotistas de fundos imobiliários.
Dica 5 – Saiba sempre o risco do seu fundo imobiliário
Os FIIs não são blindados contra falências. Há diversos riscos envolvidos quando decidimos investir em fundos imobiliários e o cotista precisa estar ciente disso.
Os principais riscos de um fundo imobiliário são:
Vacância: FIIs de tijolo, ou seja, aqueles que investem em imóveis diretamente, dependem da demanda por aluguéis desses imóveis. FIIs centrados em shopping centers, por exemplo, podem ser muito lucrativos, mas também lidam com o alto risco de não alugar suas salas.
Risco de liquidez: sim, os fundos imobiliários são bons em liquidez, mas não são perfeitos. Como o mercado ainda está em expansão, pode ocorrer que um fundo passe um dia inteiro sem negociar nada em Bolsa. Isso quer dizer que ninguém comprou nenhuma de suas cotas. E se as cotas não vendem é sinal de que o investidor não conseguiu transformar papeis em dinheiro.
Fique atento: o risco de liquidez demanda especial atenção pois muita gente considera o FII como a melhor alternativa do mundo para reservas de emergência. Não faça isso. Só crie sua reserva emergencial em modelos de investimentos altamente liquidáveis (tesouro direto e as contas de bancos digitais são uma boa alternativa).
Riscos de mercado: os fundos imobiliários são suscetíveis às mudanças do mercado financeiro como qualquer outro tipo de investimento. Mudanças no panorama econômico brasileiro, alta ou queda de juros e variações do investimento em construção civil podem fazer o seu FII oscilar.
Dica 6 – Avalie a solidez do seu fundo imobiliário
Fundos imobiliários precisam ser analisados em detalhes, como qualquer tipo de fundo. O primeiro passo é avaliar o histórico do fundo, qual o seu rendimento médio e se o gestor é confiável.
Uma ferramenta bastante confiável é o Clube FII. Trata-se de um site com um sistema de busca que avalia a saúde financeira dos principais fundos imobiliários do Brasil.
Já o site TradingView oferece um panorama do mercado de ações e demais indicadores que influenciam o andamento dos FIIs. Já a Funds Explorer apresenta os melhores fundos imobiliários de modo prático e dinâmico.
O que achou das dicas? Os fundos imobiliários são ideais para a diversificação de sua carteira ou são carta fora do baralho?
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