2020 está logo ali. Se 2018 foi um ano de recuperação para as empresas brasileiras, 2019 se mostra como um ano de reinvenção comercial. Novas tendências e mercados surgiram, novos estilos de gestão foram aplicados e novas ideias se apresentam para o futuro.
Se você está pensando em empreender, é fundamental ficar atento às tendências comerciais para investir nos setores certos. Com a concorrência cada vez mais acirrada e clientes mais exigentes, qualquer erro na hora de mirar seus esforços pode ser fatal.
Baseando-me nos principais indicadores e pesquisas do mercado atual, selecionei 6 tendências empresariais que prometem vir com tudo em 2020. Elas lhe ajudarão a traçar um projeto de negócio mais sólido e com maior chance de êxito. Confira:
Mercado Mobile
Segundo a Criteo, o mercado de vendas online está crescendo rapidamente, especialmente no setor de mobile. Mais e mais clientes estão fazendo suas compras através de aplicativos no celular em busca de comodidade e rapidez. Portanto, para sua empresa ganhar mais destaque comercial e conquistar novos consumidores, investir no desenvolvimento de um app próprio será uma das principais tendências para 2020.
O mesmo relatório apontou um aumento de 22% no consumo através de aplicativos. Empresas como Amazon, Magazine Luiza, Natura e Netshoes investiram pesado em apps com interface otimizada. Neste cenário, a América Latina desponta como um dos melhores mercados para as vendas online via smartphone. Para se ter uma ideia, o Brasil possui atualmente mais de 230 milhões de celulares ativos. Quando falamos em smartphones, tablets e notebooks, a média é de 2 por habitante.
Isso indica um terreno promissor para empresas de todos os tipos. O importante é levar em conta a experiência do usuário. Apps com travamentos ou problemas de conexão e desenvolvimento costumam receber resenhas negativas, gerando para empresa um boca a boca ruim.
Clubes de assinatura
Se você está na casa dos 30 e poucos com certeza irá se lembrar do antigo Clube do Livro ou da Reader’s Digest, clubes de assinaturas de livros que fizeram sucesso nos anos 80 e 90. Esse modelo de vendas, quem diria, voltou com tudo.
Os clubes de assinatura movimentaram em apenas um ano mais de um bilhão de reais no Brasil. Até 2017 havia mais de 350 clubes em todo o país. A estimativa é que o mercado cresça cerca de 30% até 2020.
Há uma boa dose de saudosismo neste formato comercial, mas o curioso é que os jovens, que não viveram a moda das assinaturas, estão aderindo massivamente ao formato. O principal motivo é a comodidade e a sensação de receber, mensalmente, uma surpresa. Os clubes de assinatura destacam-se como uma excelente experiência de compras, capaz de valorizar produtos tidos como pouco rentáveis. Ao aderir a um clube de assinaturas, o consumidor é fidelizado com mais solidez e se torna divulgador natural da marca. Isso representa marketing espontâneo e maior proximidade com seu público-alvo.
O mercado brasileiro é líder de vendas por assinatura de livros, material educacional, produtos infantis, alimentos orgânicos e produtos gourmet, como vinhos, queijos e cervejas. Mas não há limites para a criatividade. Existem clubes de assinatura de meias, quadrinhos, perfumes e até ovos!
Economia compartilhada
Empresas como Airbnb e Uber popularizaram o conceito de economia compartilhada. Tanto que hoje a ideia se tornou ainda mais abrangente e flexível. A tendência para 2020 é que cada vez mais pessoas prefiram alugar em vez de comprar um determinado produto. Os especialistas apontam para uma transformação do produto em serviço. Já existem aluguel de ferramentas, powerbanks, bicicletas e patinetes.
Um estudo realizado pela consultora PwC apontou a economia compartilhada como parte do processo mundial de globalização na era digital. O movimento está ampliando o raio de atuação de acordo com o crescimento da internet. Ou seja, quanto mais popular a internet for, maior será o mercado para as empresas de economia compartilhada. Na atualidade, a previsão é que a internet se mantenha como canal relevante de informação por tempo indeterminado, o que confere ao referido mercado uma solidez sem igual.
O mercado da economia compartilhada está diretamente ligado ao sentimento de comunidade e sustentabilidade. Usuários de serviços compartilhados geralmente são pessoas preocupadas com o meio ambiente e que buscam uma vida mais consciente. Este também é um setor com forte apelo de impacto social. Ao usar um serviço de modo compartilhado o consumidor estará ajudando todo um ecossistema social, estimulando a economia local e se conectando a outras pessoas.
A rede social de troca de experiências Beliive é um dos exemplos mais premiados no mundo. A proposta é bastante simples: o usuário pode criar um perfil e se oferecer para aprender ou ensinar algo novo. A plataforma é ideal para quem busca parceiros para praticar idiomas, esportes ou também para quem deseja descobrir um novo talento. A rentabilidade da ideia, que é focada na troca sem transações comerciais, fica por conta do modelo para empresas, onde corporações podem iniciar comunidades e gerar engajamento.
Outra startup promissora no ramo é o Happy Moment. Através de um aplicativo bastante intuitivo o usuário pode compartilhar suas experiências em diferentes lugares como restaurantes, museus e parques. Mais do que uma rede social, a startup estimula o usuário a fazer análises honestas e a detalhar suas impressões sobre um lugar. Com isso é possível agendar um passeio com mais segurança, mandar mensagens pedindo mais informações ainda conhecer novas pessoas.
Omnichannel
Omnichannel, ou multicanal, é um conceito de vendas onde a empresa se comunica com o cliente através de diversos meios. Não há mais a barreira do virtual e do físico, do atendimento formal ou da conversa através de redes sociais. Neste modelo, a empresa busca atuar no máximo de veículos para estar junto ao seu consumidor a todo momento, oferecendo suporte, qualidade nos produtos e inovações.
A vantagem do omnichannel é que o empreendedor não precisa mais criar uma única estratégia de vendas, rígida e passível de problemas na hora da aplicação. Como o mercado está caminhando para o multicanal, as estratégias de venda podem ser testadas e ajustadas a todo momento. A ideia é uma atuação dinâmica, que acompanhe o ritmo do cliente.
A prática tem sido adotada com sucesso por diversas empresas. Um exemplo é a rede Ponto Frio, que oferece a opção de compra no site e retirada do produto na loja mais próxima, sem a cobrança de frete ao consumidor.
Outro exemplo de multicanal bem-sucedido é a startup de entregas Rappi. O aplicativo oferece a possibilidade do cliente pedir em casa qualquer produto, desde pratos de restaurantes até remédios ou artigos para casa. Desta forma, o usuário pode preferir usar um único app para pedir pizza, comprar flores ou um antigripal no lugar de ter um aplicativo para cada tipo de necessidade.
Segmentação de mercado
Em paralelo a empresas que vendem o maior número de produtos para todo tipo de consumidor, a segmentação de mercado surge como uma alternativa promissora. Os clientes valorizam cada vez mais as marcas que focam em apenas um produto ou tipo de serviço.
O investimento em empresas com público-alvo bem definido é um dos que mais cresce no país. A principal vantagem de criar um negócio direcionado a um consumidor específico é a chance de se adquirir excelência em seus serviços com mais precisão. Quanto mais focada for a empresa, mais energia será empregada num único setor. O cliente adquire uma experiência diferenciada e se sente consumindo um produto ou serviço especial, feito sob medida.
Mas é bom lembrar que este modelo possui seus riscos. Empresas muito segmentadas, como cervejarias, lojas de roupas para um público específico, prestadores de serviço ou criadores digitais, precisam inovar sempre. Diante de uma fatia limitada do mercado a chance de se tornar obsoleto é grande dada a enorme concorrência. Quanto menor o seu raio de ação, mais inventivo o seu negócio deve ser.
Um dos ramos com cada vez mais destaque é a alimentação. Restaurantes, bares e cafés especializados num único tipo de produto conquistam fãs e estabelecem um ótimo posicionamento de marca. Em Belo Horizonte fica um estabelecimento que serve de exemplo. A Pão de Queijaria é um café especializado em vários tipos de pão de queijo. A proposta pode ser aplicada a diversos temas, como hamburguerias, adegas, cafeterias e uma infinidade de empreendimentos.
Pensando em empreender? Saiba que uma boa consultoria poderá fazer toda diferença em seu planejamento estratégico. Vamos trocar ideia?