Neste artigo, você vai saber o que é e como funciona a previdência privada, bem como suas vantagens.
Em 2019, o setor de previdência privada aberta ganhou 400 mil novos participantes e inverteu sua trajetória de captação de recursos, chegando ao patamar histórico de R$ 1 trilhão em reservas, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).
Só em novos depósitos, foram mais de R $126 bilhões, representando uma expansão de 40,4% nas captações de recursos. Entre os motivos para o bom desempenho, estão a diversificação do portfólio dos fundos e a redução dos custos de gestão.
Conheça melhor o investimento previdência privada
A previdência privada, também conhecida como previdência complementar, é uma opção de investimento para somar à aposentadoria do INSS. A renda acumulada durante anos pode até substituir o valor que é pago pela previdência social a trabalhadores com carteira assinada ou a quem fez contribuições ao instituto como autônomos. Entenda por que este é um setor em expansão.
Empreendedores e jovens que ainda não ingressaram no mercado de trabalho, ou seja, não pagam contribuição ao INSS, podem optar por este tipo de fundo de investimento.
A previdência privada, nestes casos, funciona como uma reserva financeira que, no futuro, substituirá a aposentadoria. É possível começar a investir com valores baixos, porém, é fundamental fazer simulações, disponíveis nos sites de bancos e corretoras, antes de contratar um plano.
Vale lembrar que a aposentadoria paga pelo INSS está limitada a um teto. Para quem recebe salário maior que esse teto, a aposentadoria pela previdência social representa uma queda significativa no padrão de vida. A previdência privada, portanto, é um investimento que pode evitar esse impacto negativo. A previdência privada também é um investimento interessante para profissionais liberais e autônomos.
Para saber se a previdência privada vale a pena, você precisa entender como funciona um fundo de previdência primeiro. Esse é um investimento simples que possui duas fases distintas: de acumular e depois de resgatar.
Você faz um investimento inicial, configura aplicações mensais, escolhe um beneficiário e passa anos investindo. Essa é a fase de acumular. Depois de um prazo definido, você pode escolher como receber de volta os juros e o capital acumulado. Essa é a fase de resgatar.
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Como funciona a previdência privada
Por este sistema, o segurado define um valor para investir e sua periodicidade. Por exemplo, ele pode optar por aplicar R$ 200 todos os meses. Em geral, a entidade que vende o plano oferece simulações sobre quanto seria necessário investir, e por quanto tempo, para obter a renda desejada.
O dinheiro aplicado no plano de previdência privada será administrado por um gestor, que o irá investir em ações, títulos públicos ou outros ativos, visando obter um rendimento vantajoso no longo prazo.
A rentabilidade obtida, porém, não fica toda com o segurado, uma vez que os bancos e seguradoras cobram para administrar a carteira, além de outros custos aos quais quem pretende adquirir, precisa estar atento.
Diferença do fundo de previdência para o fundo de investimento comum
Esses produtos possuem diversas semelhanças como carteiras de ativos, gestores e taxas de administração, por exemplo.
Uma das grandes diferenças é que o fundo de previdência não possui cotas e pode contar com vantagens tributárias para quem deseja investir a longo prazo. Por outro lado, é mais vantajoso investir nos fundos comuns se você tem metas de curto a médio prazo.
Ambos podem ter uma performance conservadora, moderada ou agressiva. Isso mesmo. Um fundo previdenciário pode sim ser mais agressivo.
Se você olhar do ponto de vista legal, a comparação também pode ser realizada com os seguros, já que ambos são regulamentados pela SUSEP.
Com isso, todas as suas tributações têm características próprias. Por exemplo: se o titular de uma previdência privada falecer, a transferência deste produto é feita de maneira diferente de um fundo “normal”.
Dessa forma, nos bancos, a comercialização de uma previdência privada é feita no setor de seguros e não no de investimentos. Isso porque não há cobrança de impostos em caso de falecimento e transferência de patrimônio. Assim, uma previdência privada é um produto de seguridade que é gerido como um fundo de investimento.
Tipos de plano de previdência
Estamos falando aqui da previdência complementar aberta, investimento que qualquer pessoa física pode contratar por meio de instituições financeiras.
Existe também neste setor a previdência complementar fechada, oferecida por fundos de pensão, entidades sem fins lucrativos. Nos fundos de pensão, colaboradores e empresas contribuem para manter o investimento.
Os planos oferecidos pelas instituições financeiras são apresentados em dois tipos:
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre)
VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)
Na definição oficial da Susep (Superintendência de Seguros Privados), o VGBL é um plano de seguro de pessoas e o PGBL, um plano de previdência complementar aberta.
PGBL ou VGBL, qual o melhor?
Nos dois casos, você faz contribuições, acumulando um volume de dinheiro durante determinado período para ter direito a um benefício ao final do prazo definido em contrato. Esse benefício poderá ser pago à vista ou sob a forma de renda mensal – vitalícia ou durante um tempo previamente estabelecido.
A principal diferença entre eles está no regime de tributação (Imposto de Renda). Em ambos, o IR incide apenas no momento do resgate ou recebimento da renda.
Entretanto, no VGBL você pagará o imposto de renda apenas sobre os rendimentos, enquanto no PGBL o imposto incide sobre o valor total a ser resgatado ou recebido sob a forma de renda, muitas vezes adquiridos por pessoas que entregam a sua declaração de imposto de renda da pessoa física IRPF de forma completa devido ao benefício fiscal de redução de 12% da sua renda tributária.
Tributação da previdência privada
O governo autoriza que a previdência privada seja tributada de duas maneiras, após o resgate, sendo pelo regime regressivo ou pelo regime progressivo. É preciso estar atento ao regime escolhido de acordo com o plano, pois o valor final pode ser menor por causa do imposto.
Regime regressivo
Pela tributação regressiva,a alíquota do imposto é regressiva, sendo mais vantajoso para quem escolhe resgatar o dinheiro todo de uma vez.
Regime progressivo
A tributação progressiva é mais vantajoso para quem pensa em resgatar a previdência em forma de rendas, em que é tributada como em um salário:
Resgate da previdência privada
O dinheiro investido e os rendimentos são acumulados ao longo dos anos. Após um determinado período, o investidor pode optar em receber o que investiu em parcelas, sacar quando precisar ou resgatar tudo de uma vez.
Caso opte pelas parcelas, elas podem ser vitalícias – como uma aposentadoria – ou por um período determinado. No caso das parcelas vitalícias, o valor será calculado pelo banco considerando a expectativa de vida do beneficiário. Já quando se determina um período para o recebimento, o valor mensal dependerá de quanto se acumulou e do prazo de resgate.
Não existe a obrigação de que o segurado se aposente para receber o dinheiro da previdência privada. Logo, esse investimento pode ser usado com outras finalidades de longo prazo, como, por exemplo, pensando em pagar a faculdade do filho.
Cobertura em caso de morte e invalidez
Nos planos de previdência privada, as instituições costumam oferecer um pecúlio por morte ou invalidez permanente do segurado.
Esse pecúlio é uma espécie de seguro de vida, que garante pagamentos à família, em caso de falecimento do beneficiário, ou ao próprio investidor, caso perca sua capacidade de trabalhar antes de se aposentar.
Saiba como escolher um plano de previdência privada e veja quando vale a pena fazer uma previdência privada. Por isso, a seguir, você conhecerá as principais vantagens e desvantagens da previdência privada, para saber se essa modalidade vale a pena para você:
5 Vantagens de investir em previdência privada
Plano personalizado
Caso você opte por uma previdência privada, existe a possibilidade de aplicar o seu dinheiro em um plano que atenda melhor as suas necessidades. Ele pode ser voltado mais para médio prazo, longo prazo, contar com deduções do IR ou não.
Fundo
Um fundo de previdência privada não é muito diferente de um fundo de investimento. Então, ele é capaz de gerar uma renda para a sua aposentadoria, expondo o seu capital a ativos financeiros, mesmo que indiretamente.
Flexibilidade
Você conta com a opção de portabilidade de uma previdência. Assim, se você não estiver satisfeito com os resultados que ela está tendo, existe a possibilidade de migra-la para outra instituição.
Gestão
Como o seu dinheiro rende em um fundo de investimento, existe um gestor profissional para acompanhar o desempenho que as suas aplicações estão tendo. Além de ser ele quem realiza a alocação do seu capital.
Disciplina
Uma previdência privada costuma incentivar as pessoas a poupar dinheiro. Então, se você tem essa dificuldade, essa pode ser uma boa opção para desenvolver esse hábito.
Taxas e Tributação do Investimento em Previdência Privada
Saiba quais são as taxas e tributos de uma previdência privada.
Como já vimos, basicamente existem alguns custos para alocar o seu dinheiro na previdência privada: taxa de carregamento, taxa de administração e Imposto de Renda.
A seguir, você conhecerá um pouco mais sobre cada um deles:
Taxa de Carregamento
A taxa de carregamento é cobrada sobre cada aplicação feita em sua previdência. Além disso, o valor cobrado costuma ser mais elevado quando o produto contratado por você é considerado “simples”.
Assim, em bancos de varejos que disponibilizam a opção de aportes pequenos, as taxas de carregamento costumam ser bem elevadas. Apesar disso, já existem alguns bancos que não cobram essa taxa.
Esse é um fator que influencia bastante o rendimento da sua PP, já que quanto maior for a taxa, menor será a sua rentabilidade com o passar dos anos. Então, se você for contratar um plano de previdência, busque aqueles que não cobram taxa de carregamento ou que esta seja bem pequena.
Taxa de Administração
A taxa de administração é cobrada de maneira anual sobre o valor total que foi aplicado.
Alguns fundos não cobram essa taxa, mas isso é raro. Então, é importante que você se atente a ela ao pensar em aderir a uma PP. Assim, você terá uma noção mais realista sobre sua rentabilidade final. A taxa de administração não é algo tão ruim assim, desde que os gestores responsáveis pela previdência entreguem resultados satisfatórios com isso trazendo um equilíbrio entre taxa adm x rentabilidade.
Bom, agora que você já recebeu informações consistentes, você já está apto a saber se é interessante, no seu caso, aplicar em previdência privada e quanto poderá investir. Bons frutos!
Alexandre Garupo