De acordo com informações apresentadas no Portal do Empreendedor, do Governo Federal, somente em 2020, foi registrado o maior número de empreendedores da história do País. A causa principal desse aumento expressivo está diretamente ligada aos impactos da pandemia da covid-19 no Brasil, os quais influenciaram na iniciativa pelo negócio próprio, levando-se em conta a forte retração do trabalho formal. Por isso, vamos falar neste artigo sobre a mudança de empregado CLT a empreendedor.
Nos nove primeiros meses de 2020, observa-se que a categoria de Microempreendedores Individuais (MEIs), foi a que mais teve uma expansão, registrando um aumento de 14,8% em comparação com o mesmo período em 2019, perfazendo um total de 10,9 milhões do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Apenas entre o final de fevereiro, pouco antes do começo da pandemia, até o final de setembro, houverem 1.151.041 novos registros.
Somados a outras 7,5 milhões de micro e pequenas empresas, o setor representa 99% dos empreendimentos privados, incidentes sobre 30% do Produto Interno Bruto (PIB).
Contabilidade para Microempreendedor Individual (MEI) é necessário? Veja o vídeo exclusivo que fiz sobre o assunto:
Diante desse cenário do mercado econômico impulsionado pela pandemia, muitos daqueles que antes eram empregados e se viram desempregados de uma hora para outra fez com que eles se tornam-se empreendedores. Não por vocação genuína, mas pela necessidade de sobrevivência. Porém, transformar-se em empreendedor subitamente exige o desenvolvimento de algumas habilidades. Não basta apenas ter capital oriundo de verbas rescisórias.
Por isso, abaixo, seguem os passos que devem ser tomados por quem deseja sair do emprego sem atritos e criar um negócio estruturado. Leia com atenção:
Pense nas áreas que você gosta
Antes de tudo, descubra os segmentos em que você gostaria de empreender. É importante que você seja realista: eleja setores em que suas habilidades e pontos fortes podem ajudar você a conquistar o sucesso. Do contrário, você pode se arrepender de ter largado o emprego ou não ter procurado um outro trabalho CLT, no caso dos que ficaram desempregados.
Não seja tão sonhador
Seja realista. Você deve desenvolver um produto ou serviço que chame a atenção das pessoas e vá de encontro às necessidades delas. Neste caso de crise que estamos vivendo, pense em algo mais necessário, mais útil. Afinal, sem clientes, não há como ter receitas. E, por conseguinte, seu negócio irá à falência.
Teste sua ideia
Além de ter os pés no chão, você precisa descobrir se, realmente, sua ideia é algo viável, possível, escalável. Para tanto, você deve validar seu negócio, consultando seu potencial público-alvo. Nessa pesquisa, existe a possibilidade de você ter de mudar uma parte de seu projeto ou até ele todo. Isto porque o que você pensou inicialmente pode ser muito dissonante da opinião desses potenciais clientes. Não desanime. Afeque o que for necessário e siga em frente.
Faça seus planos de negócio e de marketing
Nesse momento, que você já definiu em que área irá atuar, é hora de saber como irá vender essa ideia. Desenvolva um plano de negócio, que deverá servir como um planejamento para a sua empresa no médio prazo. Nele, você tem de estabelecer seus objetivos com o negócio, seus valores, missão, visão, vantagens e benefícios do seu produto, o mercado, potenciais clientes, estrutura organizacional, plano de investimentos e financeiro, concorrência, fornecedores, seus diferenciais, entre outros itens. Também desenvolva um plano de marketing para seu negócio, incluindo como o produto ou o serviço será comercializado/ distribuído, ações promocionais, anúncios e o quanto você pode gastar com isso.
Tenha um capital inicial
Leve em conta que você necessitará de um dinheiro mínimo para começar sua empresa. Você pode comprar apenas o básico, iniciar seu empreendimento na sua própria casa. Porém, mesmo assim precisará de um montante. Ademais, você deverá ter um capital de giro, que é o dinheiro que você vai utilizar para pagar as contas da empresa enquanto ela ainda não está faturando. Não necessariamente esse dinheiro precisa ser seu. Você pode buscar um investidor, um empréstimo familiar, por exemplo.
Aja com calma
Se sua empresa não exige atenção exclusiva, não há problema em iniciar seu empreendimento ainda trabalhando como empregado. Enquanto você não migrar de CLT a empreendedor, é importante não arriscar tudo. Comece devagar, com uma equipe enxuta e sem alocar todo o seu dinheiro. Fique atento ao retorno dos primeiros clientes e veja se a empresa tem possibilidade de se sustentar no mercado
Forme uma equipe
À medida que seu empreendimento decola, comece a compor uma equipe para dar conta do atendimento ao cliente, produção, bem como outras áreas, tais como: finanças, marketing, recursos humanos etc.
De olho nos números
É fundamental que você tenha um planejamento financeiro desde o começo, bem como as ferramentas de controle financeiro. Não misture dinheiro da empresa com o seu; monitore que tem a pagar e a receber; controle todas as entradas e saídas em dinheiro e em outros meios de pagamento. Para te ajudar nessa missão, considere contratar um bom contador.
Torne o negócio escalável
Agora que você se dedica exclusivamente ao negócio, é hora de crescer. Coloque em prática seu plano de negócio e multiplique seus ganhos. É muito importante valorizar a equipe. Lembre-se que, sem um time motivado e engajado, você não vai longe. É o momento certo de pensar em crescimento.
Desde o começo de sua mudança de CLT a empreendedor, é muito importante ter a orientação de um especialista em negócios, administração e finanças. Afinal, uma empresa pode ter produtos maravilhosos, atendimento impecável e um marketing de arrasar, mas isso só trará um bom desempenho de vendas. E isto não significa que você terá lucro; poderá ter até prejuízo.
Por isso, se você está virando a chave de CLT a empreendedor, saiba que é bom poder contar com um especialista em finanças, para ajudar a sua empresa a decolar.
Alexandre Garupo
Empreendedor, Coach Financeiro, Professional & Self Coach, Graduado em contabilidade, Pós-Graduado em controladoria, Pós-Graduado em contabilidade internacional e possuo MBA em gestão empresarial pela FIA-USP