Pergunte a qualquer pessoa na rua o que ela gostaria de ser e a maioria responderá que deseja ser rico. A maior parte dos brasileiros sonha em ter mais dinheiro e não há nada de errado nisso. Mas bem poucas pessoas pensam em desenvolver melhor sua inteligência financeira para atingir esse objetivo.
Você com certeza já ouviu falar em inteligência financeira, mas sabe exatamente o que é isso?
O que é inteligência financeira?
Inteligência financeira é a capacidade pessoal de gerir, utilizar e multiplicar os seus rendimentos. Em outras palavras é uma estratégia particular para melhor administrar o dinheiro, gerando estabilidade, riqueza e prosperidade.
Uma pessoa inteligente financeiramente possui um comportamento de criação de renda, consumo e investimentos diferente das demais. Ela domina o conhecimento do mercado para investir corretamente. Ela sabe diferenciar investir de poupar; comprar de adquirir e pensa mais no futuro do que no prazer imediato consumo imediato.
Ela pode não ser necessariamente milionária, mas com certeza não estará endividada. Ela nem sempre andará com carros de luxo, mas terá um veículo totalmente quitado. Ela pode não ser a pessoa mais estilosa do mundo, mas viverá com conforto e sem exageros.
Podemos afirmar que a inteligência financeira seja um mindset, uma coleção de posturas mentais e hábitos cultivados ao longo da vida. Isso pode criar a falsa ideia de que só podemos desenvolver inteligência financeira em nossa vida jovem, ao iniciar nossa carreira, quando na verdade qualquer pessoa, com disciplina e vontade de mudar de vida, pode desenvolver uma rotina mais consciente em relação ao dinheiro.
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O que não é inteligência financeira
Este é um assunto cheio de mitos e tabus. Muita gente confunde a inteligência financeira com avareza, obsessão por riqueza ou até mesmo egocentrismo.
Como o próprio nome já diz trata-se de um comportamento inteligente, ou seja, não basta apenas guardar dinheiro embaixo do colchão, é preciso saber quando guardar, onde guardar e para qual motivo guardar. Mais do que isso, a inteligência financeira é bem mais do que “guardar” dinheiro, mas uma forma de “potencializar” o dinheiro.
Para entender melhor vamos conferir alguns mitos sobre a inteligência financeira:
“Guardo meu dinheiro na poupança pois é mais seguro.”
Por menor que seja a sua intimidade com o mercado financeiro você já deve saber que a poupança não é o melhor tipo de investimento da atualidade. Alguns investimentos simples, como Tesouro Selic, podem render até o dobro da poupança. A maioria das pessoas continua investindo na poupança não por confiar mais neste produto, mas por simples falta de conhecimento de outras opções.
“Investir em imóveis é sempre a melhor opção.”
Comprar um imóvel será sempre uma boa escolha quando você precisa de um teto para morar, ou prefere investir neste setor do que em renda fixa, ou ações, por exemplo. Ocorre que muita gente considera o mercado imobiliário como a melhor coisa do mundo dos negócios e se esquecem que um imóvel, por melhor que seja, não é o tipo de investimento que oferece boa liquidez. Ou seja, se você precisar do dinheiro vai ter que esperar a venda, que pode acontecer ou não de acordo com o mercado. O dinheiro gasto num imóvel, se empregado num investimento como LCI ou Tesouro Direto, certamente renderá mais e com liquidez mais certa.
“Não estou comprando isso, estou investindo em mim.”
Podemos ter diversos prazeres na vida adquiridos com o dinheiro. Viajar, estudar, comprar um belo sapato, jantar num bom restaurante. Mas todas essas coisas, fundamentais para fazer o nosso trabalho valer a pena, não são investimentos, são simplesmente gastos.
Existe, na verdade, uma banalização da palavra “investimento”. Tudo o que gastamos para o nosso prazer vira investimento. Um sorvete no final de tarde é investimento. Um carro vira investimento. Mas de fato investir significa fazer o seu dinheiro render de maneira mais ou menos previsível e com certa segurança. Se algo não faz o seu dinheiro trabalhar por você, não é, tecnicamente falando, um investimento.
Ou seja, investir é fazer o seu dinheiro crescer exponencialmente. Na visão da inteligência financeira gastos pessoais são subtrações, poupanças e reservas de emergência são somas e investimentos no mercado financeiro são multiplicações.
“Se eu ganhar mais dinheiro terei mais inteligência financeira.”
Inteligência financeira não tem nada a ver com o quanto você ganha por mês. Claro, todo mundo gostaria de ter um salário melhor, algumas pessoas trabalham duro demais e ganham muito pouco. Mas se você olhar ao redor vai ver centenas, milhares de pessoas com bons salários e péssima vida financeira.
Parece um ditado repetido, mas é a pura verdade: rico não é quem ganha muito, é quem gasta pouco.
Claro, há exceções. Há pessoas afortunadas que ganham muito e gastam muito; mas mesmo entre elas há um ponto de equilíbrio. Se elas esbanjam é porque possuem uma renda volumosa que compense os exageros.
Com as pessoas comuns a regra não é diferente. Pessoas com um salário modesto, mas com uma visão clara de seus objetivos, possuem uma grande chance de crescimento, não apenas financeiro, mas pessoal. Por outro lado, pessoas que lutaram a vida inteira para ganhar mais, quanto atingem o salário dos sonhos, podem simplesmente perder as rédeas sobre as contas e viverem um pesadelo feito de dívidas e decepção.
Como desenvolver a inteligência financeira?
Robert Kiyosaki, autor do clássico livro Pai Rico, Pai Pobre, tem uma frase que define exatamente a importância da inteligência financeira:
“A inteligência resolve problemas e gera dinheiro. O dinheiro sem a inteligência financeira é dinheiro que desaparece depressa.”
A mudanças de hábitos financeiros parece ser algo muito complicado, mas saiba que tudo começa com uma pequena, e progressiva mudança de visão sobre a importância do dinheiro.
Separei pelo menos 4 dicas que lhe ajudarão a ampliar sua inteligência financeira e a ter uma vida economicamente mais produtiva:
- Dinheiro é tempo: cada real gasto é na verdade a conversão do seu tempo trabalhado em moeda. Quando compreendemos isso as coisas mudam totalmente de figura e passamos a comprar de modo mais consciente. Faça um cálculo simples: divida seu salário pelo número de horas trabalhadas mensalmente. O número que você encontrar será o valor da sua hora de trabalho. Agora faça as contas e perceba o quão fácil é gastar em coisas banais uma ou mais horas de trabalho duro.
- Educação nunca é demais: embora gastos com estudos sejam, basicamente, gastos e não investimentos no sentido técnico do termo; a educação é ainda a maior ferramenta para mudar a realidade financeira de uma pessoa em menor espaço de tempo. Não apenas pela oportunidade de ter melhores empregos, mas a educação é a porta de entrada para um novo círculo de pessoas, conhecimentos e chances de crescimento. Reserve sempre parte do seu orçamento para livros, cursos e não tenha medo de aprender algo novo.
- Saiba a hora de poupar e a hora de investir: lembre-se sempre: poupar é somar, investir é multiplicar. A poupança ainda não pode ser totalmente descartada do panorama financeiro, pois ela é uma forma eficiente de obter liquidez. Isso faz da poupança o local ideal para manter uma reserva de emergência. Por outro lado, se liberte da dependência desse tipo de produto financeiro e aprenda mais sobre o mercado de investimentos, explore as oportunidades da renda fixa e comece a investir.
- Pare de consumir e comece a adquirir: parecem duas coisas iguais, mas quando consumimos estamos sempre em busca de mais. A própria palavra “consumo” nos dá a ideia de algo que termina, que acaba. Embora nossa rotina seja feita de diversos bens consumíveis, quando passamos a olhar as coisas pela ótica do “adquirir” mudamos o jeito de gastar nosso dinheiro. Podemos consumir comida (fast food, artigos de consumo instantâneo) ou podemos adquirir comida (alimentação mais saudável e que nos traz benefícios). Sempre se pergunte qual a vantagem ao comprar algo. Quais melhorias essa compra trará na sua vida e de sua família? Há um ganho real e duradouro? Se a resposta for não, pense duas vezes e salve sua grana.
Finalizando
Desenvolver inteligência financeira é mais fácil do que parece. Com foco e metas de médio e longo prazo é possível criar novos hábitos e potencializar sua capacidade de gerir o dinheiro com maestria.
Mas se as coisas estiverem difíceis e você precisar de ajuda saiba que ofereço consultoria financeira para todos os tipos de perfis, do poupador iniciante ao investidor avançado. Vamos conversar?