Uma boa administração de nossas finanças pessoais pode representar a diferença entre uma vida tranquila e próspera e uma vida cheia de dívidas e problemas.
Infelizmente não aprendemos a cuidar de nossas finanças como deveríamos. A maioria das famílias se limita a guardar alguns trocados na poupança e nas escolas a educação financeira não é matéria obrigatória.
Deste modo criamos diversos tabus e preconceitos sobre o mundo dos negócios, investimentos e sobre a forma como gerimos nosso salário todo mês. Para ajudar você a mudar seu ponto de vista, selecionei 10 fatos sobre as finanças pessoais que lhe ajudarão a lidar melhor com o dinheiro. Confira:
1 – A maioria dos investimentos não são de fato bons investimentos
Você já ouviu falar que comprar imóveis é um ótimo investimento, ou que gastar dinheiro com estudos, cursos de idiomas ou até mesmo viagens são investimentos em você mesmo. Na verdade, temos aqui um erro de significado. No mercado financeiro investimento é toda forma de empregar o seu dinheiro para que ele cresça. Ou como diria Gustavo Cerbasi:
“Investir não é somar, é multiplicar.”
Imóveis só são investimentos se o valor empregado em sua compra se converter em lucros mensais, como aluguéis. Se você compra uma casa de campo ou um apartamento na praia que fica fechado o ano todo, estará gerando apenas despesas.
Ou seja, você terá somado um bem ao seu patrimônio, mas não estará multiplicando dinheiro.
O mesmo vale para cursos, estudos e viagens. São bens que desfrutamos, mas que na prática não rendem mais dinheiro (pelo menos não de maneira infalível), portanto não são investimentos no sentido técnico do termo. Por isso cuidado quando você diz que está investindo. O verdadeiro investidor está sempre fazendo dinheiro e não gastando.
2 – A poupança é sempre a melhor forma de guardar dinheiro
Ouvimos desde pequenos que é sempre bom ter um dinheirinho salvo na poupança. Este modelo de investimento se tornou muito popular por ser simples, sem siglas complicadas e por oferecer liquidez imediata, ou seja, você pode sacar seu dinheiro quando bem entender.
Mas com o tempo a poupança deixou de ser a melhor opção. A média do rendimento anual da poupança é de 6,5% ao ano, ou de no máximo 0,5% ao mês. Parece muito? Bom, na realidade é bem pouco, pois em anos onde a inflação está em alta a poupança acaba dando prejuízo, pois o seu dinheiro perde poder de compra.
Alguns títulos do Tesouro Direto como o Tesouro Selic podem render de 8 a 12% ao ano, ou seja, praticamente o dobro e com a mesma segurança. Portanto fique esperto. Vale a pena pesquisar e encontrar outras alternativas para fazer o seu dinheiro crescer e não apenas ficar parado no banco.
3 – A poupança não é totalmente ruim
Ok, acabei de dizer que a poupança é um péssimo investimento, mas apenas se você estiver buscando bons rendimentos. Se a ideia é ter um dinheiro para eventuais emergências, saiba que a poupança é a melhor opção.
O ideal é que você tenha o equivalente a pelo menos 3 meses do seu salário numa reserva depositada na poupança. Esse dinheiro pode ser muito útil num caso de uma reforma inesperada, doença ou mesmo perda de emprego.
E por que na poupança e não em outro investimento mais lucrativo? Porque a poupança é, dentre os modelos disponíveis no mercado brasileiro, a que oferece melhor liquidez.
Fundos de investimentos, ações ou Tesouro Direto são ótimos para fazer seu dinheiro crescer, mas num caso de emergência tirar dinheiro rapidamente desses investimentos irá lhe trazer prejuízo, uma vez que eles contam com prazos que devem ser respeitados.
4 – Gastar não é o problema, o problema é gastar sem propósito
Quando falamos em investimentos muita gente pensa que a vida do investidor é feita de sacrifícios enormes. O bom investidor é visto muitas vezes como pão duro. Ocorre que temos uma visão um tanto errada sobre o que é ser econômico.
De nada adianta ter milhões no banco e não poder aproveitar. Do mesmo modo de nada vale viver no luxo e atolado em dívidas. O segredo está no equilíbrio. Bons investidores não são pessoas pão duras, mas pessoas que gastam de maneira consciente.
Cada gasto deve servir para o seu real bem-estar e de sua família. Gastos com saúde, lazer, conforto e educação não são “jogar dinheiro fora”, mas formas inteligentes de transformar o seu suor em benefícios reais.
5 – Ter dinheiro depende de uma condição psicológica
Muita gente acha graça quando ouve essa frase: ter dinheiro é uma questão psicológica. Mas ela é totalmente verdadeira. Conheci muitas pessoas que eram ricas, donas de grande patrimônio, e que viviam como se fossem miseráveis, sem conforto ou qualidade de vida. O mesmo vale para pessoas com baixa renda, mas que gastam como se fossem milionárias.
Antes de pensar em ter mais dinheiro faça a seguinte pergunta:
Quanto dinheiro para mim é o suficiente?
Pense em quanto dinheiro por mês você precisaria para viver confortavelmente, sem cortes nem extravagâncias. Se você precisa juntar dinheiro para um projeto pessoal (viajar, comprar sua casa, seu carro) saiba quanto dinheiro exatamente você precisará. Só assim você poderá criar uma mentalidade compatível com o dinheiro que você precisa.
Lembre-se: nunca queira mais do que pode ter nem tenha menos do que merece possuir.
6 – Não existe caminho fácil quando falamos de saúde financeira
Você vai encontrar por aí muita gente prometendo os 5 passos para enriquecer facilmente, ou o segredo jamais contado sobre como vencer no mercado de ações. Esqueça tudo isso. Se houvesse uma forma lícita de enriquecer fácil não haveriam pobres.
O fato é que controlar as contas pessoais é algo difícil, que exige disciplina e um projeto de longo prazo. Jamais tente pegar atalhos que prometam grandes recompensas. Na maioria das vezes as fórmulas mágicas não são exatamente honestas e nada paga a felicidade de poder dormir tranquilamente, sem se preocupar com surpresas desagradáveis.
7 – Use a regra dos 30%
Essa é uma regra simples: separe pelo menos 30% de tudo o que você ganha para investir. Não importa se você começar pela poupança e ir ganhando confiança ao longo do tempo para explorar outros investimentos. O importante é criar o habito de retirar 30% de tudo o que você recebe para manter uma reserva.
O ideal é criar um controle de contas rigoroso, que pode ser feito facilmente numa tabela do Excel, e incluir neste controle a regra dos 30%. Com o tempo você passa a ver essa obrigatoriedade de economizar parte do seu salário como algo natural e passa a ser mais cuidadoso com seus gastos.
8 – Você só terá saúde financeira quando aprender mais sobre economia
Se você está gripado pode ir ao médico ou tomar um bom chá de limão. De toda forma é preciso saber um pouco sobre vitamina C, antigripais e médicos para que você possa se curar mais rapidamente.
O mesmo vale para a saúde econômica pessoal. Você precisará ler e se informar sobre o mundo da economia ao seu redor se quiser se livrar de doenças como dívida, descontrole financeiro ou falta de planejamento. Se precisar conte com a ajuda de um profissional, mas jamais ache que economia é um assunto chato.
Chata ou não a economia interfere diretamente em sua vida. Termos como inflação, Selic, Trader ou IGP-M devem fazer parte do seu vocabulário se você quer aprender a falar a língua da prosperidade financeira.
9 – É preciso ter um objetivo
Juntar dinheiro sem objetivo é o mesmo que velejar no mar sem nenhuma orientação. O dinheiro só serve para uma coisa: atingir propósitos. Quanto mais importante for o seu objetivo, com mais garra e força você irá desenvolver o seu projeto de finanças pessoais.
Não importa o tipo de objetivo. Você pode estabelecer metas pessoais para poder viajar mais, trocar de carro ou reformar sua casa. Ou ainda apenas ter uma reserva para emergências ou para se aposentar com tranquilidade. O importante é ter um alvo e mirar com precisão.
10 – Não coloque todos os ovos na mesma cesta
Fazer uma grande reserva na poupança ou investir tudo em ações pode dar menos trabalho, mas não é a melhor maneira de ter um rendimento constante e sólido.
Tanto em renda fixa quando em renda variável, o importante é aproveitar o máximo de todas as opções que o mercado financeiro brasileiro tem para nos oferecer.
Diversifique sua carteira de investimentos de tempos em tempos. Aprenda a ler os dados do mercado e faça seu dinheiro girar. Não aposte tudo num único modelo, afinal, se algo der errado você não terá segundas alternativas.
Resumindo
Ter saúde financeira depende de muita disciplina e força de vontade. É sempre importante lembrar que um consultor financeiro irá lhe oferecer todo o suporte necessário para que você administre seu dinheiro com sabedoria.
Ofereço coaching em finanças feito sob medida para investidores de todos os níveis. Não importa se você está começando a investir agora ou se já conhece as regras do mercado. Tenho o modelo ideal para cada tipo de perfil.
E então, vamos transformar sua vida financeira para melhor? Mande suas dúvidas.