De contas inesperadas à perda de emprego, um fundo de emergência ajuda a proteger seu bem-estar financeiro. Se uma emergência acontecer e você não estiver preparado financeiramente, a situação não é apenas extremamente estressante, mas pode ter sérias consequências financeiras. É a razão mais importante pela qual você precisa de uma reserva de emergência. Antes de você ter um fundo de emergência, se você tivesse um conserto de carro inesperado ou uma conta do veterinário, você teria dois problemas. A emergência original e um problema de dinheiro.
Fatos inesperados, imprevistos e excepcionais, normalmente, costumam nos pegar de surpresa. Nenhum de nós está livre. Muitas vezes, essas situações são negativas e estressantes, especialmente quando você não está preparado para arcar com as despesas que são geradas por essas situações. Seja um problema de saúde, um dano material ou a perda de um negócio ou de emprego, ninguém sabe a hora que vai precisar de um dinheiro extra. Por conta disso, é comum ouvir a frase: “melhor prevenir do que remediar”.
A criação de um fundo de emergência é um alívio. A recomendação é economizar pelo menos seis meses de seu salário para custos inesperados .Ter um fundo de emergência é como contar com um “amortecedor” entre você e os impactos da vida. Porém, são poucas as famílias em nosso país que conseguem juntar dinheiro no final do mês.
Ocorre que ter uma reserva de emergência não é um hábito para a maioria dos brasileiros. Hoje, enfrentamos uma grande crise econômica, mas em tempos mais pujantes muitos acabam comprometendo toda a renda ou gastando o que resta com objetos de satisfação pessoal e imediata.
Saiba mais sobre a importância e como criar sua própria Reserva de Emergência no vídeo exclusivo que fiz sobre o assunto!
Por que montar uma reserva de emergência?
Diversos fatores podem afetar sua vida de uma hora para outra e fazer com que você tenha um gasto totalmente inesperado, ou pior, não tenha de onde tirar no momento em que você mais precisa.
Abaixo, listamos algumas dessas situações que pode mexer com sua estrutura financeira:
1. Perda de emprego
Se antes da pandemia, o famoso emprego de carteira assinada (CLT) já não era mais sinônimo de segurança. Imagine, agora. Claro que há o seguro desemprego, mas ele tem prazo para terminar. E encontrar outro emprego até em cargos fora de sua área de atuação ou mesmo em funções aquém de suas possibilidades está bem difícil. A opção do empreendedorismo por necessidade tem sido uma alternativa, mesmo assim você precisa ter um “alvo” muito certo, em um segmento com retorno mais rápido e mais seguro.
Porém, sem um fundo de emergência até que você arrume um novo emprego ou monte um negócio que gere lucro, o que você irá fazer com o pagamento de aluguel ou de prestação da casa, do carro, contas de luz, água, condomínio, alimentação?
Ter um fundo de emergência, sem dúvida, te deixará mais tranquilo para pagar suas contas e despesas, enquanto busca um novo emprego ou um empreendimento. Isso dará mais segurança a você e sua família.
Estar desempregado e procurar um novo emprego são motivos para um fundo de emergência. Se você tem um fundo de emergência, pode se concentrar em encontrar o próximo emprego certo para você. Se você está financeiramente desesperado, pode se sentir pressionado a assumir a primeira posição que lhe é oferecida, mesmo que não seja a melhor opção.
2. Contas médicas ou odontológicas
Dificilmente, pensamos que nós podemos ficar doentes ou algum membro da nossa família. Sem dúvida, muitos possuem convênios médicos ou planos de saúde. Porém, nem sempre (aliás, em muitos casos) nem tudo está coberto e despesas de internação hospitalar, custos cirurgias e medicamentos são muito altos. Da mesma forma, há o SUS, porém também sabemos que as filas para tratamentos mais sérios e ou cirurgias são grandes, o que pode comprometer as chances de sucesso na luta contra uma doença mais séria. De doenças inesperadas ou dores de dente alucinantes a acidentes graves, uma das muitas razões para um fundo de emergência é para que você não se encontre com grandes despesas médicas e nenhuma maneira de pagar por elas.
Se você está procurando os motivos pelos quais precisa de um fundo de emergência, imagine lutar para conseguir os fundos para cobrir uma emergência médica, em vez de cuidar de si mesmo ou de um familiar.
3. Emergências domésticas
Você está sentado no sofá assistindo um filme e, de repente, seu banheiro começa a transbordar. Isso não apenas arruina seus planos de lazer, como também pode quebrar seu orçamento, já que emergências de reparos de construção não são baratas. Mais uma boa razão pela qual você precisa de um fundo de emergência.
Embora muitas pessoas tenham seguro residencial, há despesas que não são cobertas pelo seguro. Mesmo que as despesas sejam cobertas, a seguradora pode demorar para pagar. Um bom motivo para um fundo de emergência? A capacidade de pagar por reparos domésticos imprevistos, mas necessários – como se você precisar consertar ou substituir um eletrodoméstico – sem ter que cobrar grandes somas no cartão de crédito.
Se você teve despesas inesperadas e pagou por elas com seu cartão de crédito, seu fundo de emergência o ajudará a pagar esse cartão sem incorrer em despesas com juros.
4. Conserto de automóveis
Adicione consertos de automóveis à lista de motivos pelos quais você precisa de um fundo de emergência. Ter um carro funcionando é fundamental para muitas pessoas, especialmente para aqueles que não têm acesso ao transporte público e utilizam o carro para trabalhar. Se você não tem um carro, pode ter dificuldade para chegar ao escritório a tempo ou ter que usar um táxi ou Uber – o que pode ficar caro.
Um motivo comum para um fundo de emergência é cobrir o custo do conserto do carro, que pode ir desde um reparo simples em um pneu até o motor, sistema de injeção eletrônica. Também tem a questão dos acidentes. Mesmo se o seu carro estiver no seguro, você ainda terá de pagar a franquia em caso de acidente.
5. Esteja preparado para qualquer coisa
Embora você nunca possa se preparar totalmente para emergências, os motivos para um fundo de emergência são muitos. Abaixo, vamos citar outros que são relativamente comuns:
Receber uma conta de consumo ou de impostos inesperadamente alta;
Ter de arcar com os custos de um funeral de alguém da família (é triste, mas é verdade);
Precisar viajar de última hora para visitar um parente muito doente;
Caso ocorra algum problema com seus filhos ou pais;
Se o seu pet ficar doente;
No caso de ter de mudar de casa inesperadamente;
Ter dinheiro para uma vida mais estável após os 50 anos e poder garantir uma aposentadoria;
Se, por algum motivo, ficar impossibilitado de trabalhar por um tempo;
Entre tantas outras que podem fazer com que a pessoa perca o sono pela situação em si e pelo desespero da falta de dinheiro para cobrir essas despesas.
O planejamento agora é a melhor maneira de garantir que você possa lidar com desafios imprevistos. Depois de formado o seu fundo de emergência, sem dúvida você irá poder desfrutar de maior paz de espírito.
Cuidado com as armadilhas para os desesperados
É muito comum que o brasileiro pense que recorrer aos bancos e assumir dívidas é um comportamento normal e esperado. E é exatamente por isso que os bancos brasileiros estão entre os mais rentáveis do mundo.
Não se deixe enganar por essa falsa ajuda — que vem acompanhada de altas taxas de juros — das instituições financeiras. Recorrer ao uso do cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos consignados pode deixar você em dívida por muito tempo por conta de uma situação de emergência.
Para não ficar dependendo de empréstimos bancários, de familiares ou pessoas alheias, nem passar por apertos e transtornos emocionais, o ideal é que você monte uma reserva de emergência. Ela pode ser a sua melhor solução frente a um imprevisto e uma boa maneira de construir um patrimônio financeiro.
Como montar a reserva de emergência
O aconselhável é que a sua reserva de emergência consiga cobrir e manter o seu padrão de vida por, no mínimo, 6 meses. O ideal mesmo é que ela consiga dar a você a tranquilidade de um ano.
Para calcular as suas despesas, faça uma soma dos gastos fixos e variáveis que você tem todos os meses. Aí entram aluguel, condomínio, luz, água, telefone, internet e outros. Também inclua uma média das despesas variáveis, como alimentação, farmácia, transporte e cartão de crédito.
Por exemplo, se você tem uma despesa mensal de R$ 2 mil por mês, sua reserva de seis meses deve ser de R$ 12 mil. No mais otimista dos casos, o legal é que você consiga juntar R$ 24 mil.
Há também a opção de fazer a sua reserva baseada em seu salário ou pró-labore. Para isso, basta que você pegue o valor total e multiplique pela quantidade de meses que julga necessária para a reserva. Mas atenção: nesse caso, é imprescindível que você sempre gaste menos do que ganha.
Sendo assim, pode ser que você demore um pouco mais para juntar essa quantia, mas o valor total será maior do que uma reserva construída com base nas suas despesas.
Onde investir o dinheiro guardado?
No caso de uma reserva, o mais indicado é que você procure por investimentos com baixo risco e maior liquidez. Ou seja, que permitam que você tenha uma maior facilidade e velocidade de resgatar o dinheiro investido.
Para este propósito específico, investir em imóveis não é a melhor opção. Isso porque você teria de vendê-lo com certa pressa, o que pode fazer com que você se sinta obrigado a aceitar uma oferta mais baixa. Você pode obter o dinheiro que precisa, mas também pode acabar não recuperando o valor que investiu.
Moedas estrangeiras, como o euro e o dólar, também acabam não sendo uma alternativa aconselhável, devido à sua volatilidade. Se você vier a precisar do dinheiro quando elas operarem em baixa, sofrerá perdas.
Você pode considerar outros investimentos para aplicar o seu fundo para emergências , como em CDB, LCA e LCI.. Atualmente, existem no mercado boas opções de fundos de investimento para quem busca um investimento com alta liquidez e rendimento acima da poupança para construir sua reserva de emergência.
Emergências não são desejos de consumo
Muita gente acaba comprometendo suas reservas por se sabotarem e confundirem desejos imediatos com situações de emergência. É necessário que você saiba diferenciar o desejo de consumo e a necessidade de consumo. Além do mais, em determinados investimentos, você pode acabar perdendo dinheiro ao solicitar uma retirada antes do prazo.
Por exemplo: você não precisa trocar o seu carro de dois anos atrás pelo novo modelo lançado pela montadora. Você realmente precisa usar a sua reserva se seu carro for roubado ou em outra situação do tipo.
Situações de emergência são consideradas aquelas que envolvem doenças, viagens de última hora, desemprego e acidentes de trânsito, por exemplo. Mas para algumas dessas situações, como a última citada, é aconselhável que você tenha também outra forma de proteção do seu patrimônio, como um seguro de carro, por exemplo.
A construção de uma reserva de emergência é a melhor maneira de estar preparado para imprevistos. Ao mesmo tempo em que garante uma proteção para toda a sua família, você desenvolve um perfil de investidor.
E não se esqueça: quanto maior for a sua reserva financeira, maior será a sua tranquilidade e menores serão as chances de você precisar recorrer a terceiros em casos de imprevistos.