A caderneta de poupança continua sendo o tipo de investimento preferido dos brasileiros. Para se ter uma ideia, Para se ter uma ideia, somente no mês de setembro de 2020, os brasileiros deixaram aplicado R$ 1 trilhão na caderneta de poupança. Um estudo da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) que identifica o perfil do investidor brasileiro e os lugares que ele escolhe aplicar identificou que 90% dos brasileiros conhecem a poupança e outros 88% guardam dinheiro nela.
Ou seja, a confiança nesta categoria de investimento é, sem dúvida, muito alta no Brasil. Porém os especialistas são categóricos em afirmar que, apesar de propiciar mais tranquilidade e confiança entre os investidores, os rendimentos oferecidos por ela não são muito atraentes.
Ao contrário disso, o investidor pode, inclusive, “perder” dinheiro ao deixá-lo na poupança, a partir do momento em que os efeitos da inflação são descontados. Entretanto, uma boa notícia é que a maior parte dessas pessoas também aplica seu dinheiro em outras formas de investimentos.
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Cerca de 70% dos investimentos da poupança também têm aplicação em outros tipos de investimento, diz pesquisa
Um estudo realizado por uma consultoria de investimentos apontou que 69% das pessoas que têm dinheiro aplicado em caderneta de poupança também possuem outros tipos de investimentos além da poupança. Desse total, 42% possuem mais um ou dois outros investimentos e 27% aplicam em três ou mais coisas além da caderneta.
O resultado da pesquisa até gerou surpresa, pois mostrou que esses investidores são pessoas que possuem conhecimento de outros produtos financeiros, embora prefiram continuar tendo a “segurança” da poupança.
De acordo com o levantamento, as pessoas que aplicam somente na poupança são as mais conservadoras e as que menos sabem sobre os outros produtos de investimentos. A pesquisa apontou ainda que aqueles que tenham mais um ou dois investimentos além da poupança, o nível de conhecimento a respeito do mercado financeiro é de básico a intermediário. Já entre os que têm três ou mais aplicações além da caderneta, são os que mais têm conhecimento sobre o mercado.
Então, a poupança não é mais um bom investimento?
Não é bem assim. Aqueles que têm suas economias aplicadas na poupança desde antes de 2012, investiram na chamada “velha poupança”, onde o rendimento anual da caderneta é de 0,5% mais TR (acima, inclusive, ao que o Tesouro Selic remunera hoje). Já quem investiu após 2012, entretanto, está inserido na denominada “nova poupança”, cujo rendimento atual é de 70% da taxa Selic (12/2020, fixada em 2% ao ano). Ficou claro onde está a diferença?
Ou seja, faz toda a diferença estar na chamada “nova poupança” ou na “velha poupança”. Por isso, que o investidor pós-2012 deve ser estratégico ao pensar se a segurança oferecida pela poupança vai lhe render um bom retorno do investimento. E aí a alternativa pode incluir tem uma porcentagem menor de suas economias aplicadas na “nova poupança” e uma porcentagem maior destinada a outros tipos de investimentos.
Segundo os especialistas que conduziram a pesquisa, isso torna claro que o hábito de investir ainda não é algo difundido entre os brasileiros. Ou seja, ainda que a educação financeira esteja se tornando mais conhecida, ainda há muito o que ser ensinado sobre finanças pessoais e investimentos às pessoas.
É muito importante que os investidores dediquem um tempo a estudar finanças pessoais e as características de tipos de investimentos. Depois desse estudo, ele precisa pensar sobre suas características como investidor, suas necessidades e de sua família, seus objetivos de vida, entre outros aspectos. Porém, o primeiro passo é não agir mais no piloto automático aplicando as economias somente na poupança sem fazer uma avaliação de outras possibilidades de investimentos. Para sair dessa inércia, é importante ler muito sobre o assunto, estudar criteriosamente e fazer o que citamos acima, uma autoanálise.
Agora, que já mostramos a tendência do brasileiro em se acomodar investindo na poupança, vamos abordar neste artigo outras possibilidades de investimento para que você aplique suas economias, tendo em conta a sua personalidade, suas necessidades e seu estilo de vida.
Por isso, nessa matéria, você conhecerá algumas opções de baixo risco, com rendimento superior à poupança e com aplicação simples.
Como iniciar o processo de diversificar os investimentos
O primeiro passo para sair do piloto automático de investir as economias na caderneta de poupança é separar um tempo para o estudo do mercado financeiro e as outras possibilidades de investimento, ou seja, o que são, como funcionam, remuneração, retiradas, regra, valor mínimo etc..
Achar que ganha pouco é uma das principais desculpas que as pessoas usam para justificar por que não conseguem economizar parte de sua renda. Também é um argumento para quem quer continuar investindo somente na poupança.
A seguir, preparamos um guia para você refletir sobre a importância de investir seu dinheiro e como ir além da poupança. Leia com atenção e abra os seus horizontes.
Primeiro passo – Defina quais são suas metas ao investir
Antes de mais nada, é preciso definir seus objetivos e traçar suas estratégias. Pense para que você quer investir: viajar? Comprar algo específico? montar seu próprio negócio? aposentar mais cedo? Concentre-se em suas metas pessoais e tente estabelecer um valor médio para conseguir realizar cada uma delas. Isso vai te auxiliar no momento de escolher os investimentos e montar uma carteira diversificada.
Segundo passo – Estude quais são e como funcionam os investimentos para iniciantes
Além de considerar a destinação de parte de seus recursos à poupança, os iniciantes deveriam começar pelos investimentos de renda fixa. Na maioria das vezes, os títulos de Renda Fixa são emitidos por bancos, empresas ou pelo governo para o financiamento de atividades. A sua rentabilidade, que pode ser prefixada ou pós-fixada, é fruto dos juros que as instituições pagam pela aplicação do seu dinheiro nesse tipo de produto.
O título prefixado é aquele com o rendimento e o valor de resgate conhecidos no momento em que você faz o investimento. Por exemplo, você compra um CDB pré, com taxa de 10% ao ano e prazo de um ano. Já o título pós-fixado é aquele em que a taxa de remuneração é reconhecida no momento da aplicação, mas você só fica sabendo o valor do resgate na data de vencimento.
Além dos títulos, diversos fundos de investimento são classificados como renda fixa e, muitas vezes, procuram superar a rentabilidade oferecida por esses títulos. Por isso, vale a pena checar a lista de fundos. Os COEs também podem ser uma opção, pois você investe com o seu capital 100% protegido, e pode ter um retorno superior quando comparado aos outros investimentos.
Ou seja, de maneira geral, os investimentos em renda fixa podem oferecer mais tranquilidade e uma segurança bem maior, por serem de baixo risco.
Confira a lista de opções:
CDB (Certificado de Depósito Bancário)
LC (Letras de Câmbio)
LCI (Letra de Crédito Imobiliária)
LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)
Debênture
Fundo de Investimento de Renda Fixa
Tesouro direto
CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)
CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)
COE (Certificado de Operações Estruturadas)
LF (Letra Financeira)
Terceiro Passo – Classifique o seu perfil de investidor
É essencial ressaltar que, antes de começar a investir, é indispensável verificar qual o seu perfil de investidor. Para isso, deve-se analisar todos os objetivos e a sua tolerância a riscos. Às vezes, até a quantia disponível para investir pode ajudar na definição.
Investidores que não são abertos a nenhum tipo de risco são definidos como conservadores. Os que aceitam enfrentar alguns riscos visando uma maior rentabilidade são definidos como moderados ou arrojados, dependendo do nível de tolerância ao risco.
Ou seja, essa é uma etapa muito importante no processo, pois é o que vai direcionar a escolha do investimento ideal para a estratégia traçada pelo investidor.
Quarto Passo – Monte a sua reserva para emergências
Programar-se para criar um fundo para emergências é fundamental. Em diversos momentos de nossas vidas, nos deparamos com imprevistos. Desemprego, necessidades familiares, acidentes, doenças, entre outros. Isso tudo pode nos descapitalizar, caso não tenhamos um plano B. Por isso, é sempre necessário prever um dinheiro para esses possíveis acontecimentos.
Investimentos com liquidez diária, facilidade no resgate e prazos curtos são as melhores dicas para compor uma reserva emergencial. Fundos de investimento em renda fixa e fundos de investimento DI são excelentes opções para essa finalidade. Existem diversas opções a partir de R$ 100, e você também pode ir aplicando nos aportes mensais de acordo com sua disponibilidade e planejamento financeiro.
Quinto Passo – Faça uma diversificação dos investimentos
Você já deve ter ouvido uma frase muito popular: “todos os ovos não devem ser colocados na mesma cesta”. Pois bem, esse ditado se encaixa perfeitamente para o mercado financeiro, pois não se deve concentrar todo o dinheiro em apenas um tipo de investimento. Mesmo se você for iniciante, a diversificação é essencial para obter melhores retornos. É importante ter as suas aplicações distribuídas em produtos variados, com diferentes estratégias, sempre levando em conta o cenário econômico, seus objetivos e seu perfil investidor.
Acredito que com essas informações você já tenha uma boa “lição de casa” para fazer e, em seguida, começar a escolher e a fazer investimentos. E aí vai uma última dica: não adie mais esse hábito de investir para quando a economia estiver melhor. Te desejo bons frutos nas suas operações de investimento.