Um ano novo começou e ele vem cheio de desafios, como a pandemia e a crise econômica mundial. Sem contar que os boletos não param de chegar. Normalmente, muitos brasileiros já começam o ano com dívidas e precisam de uma ajuda para sair do vermelho. Se você é um deles, confira nossas dicas para acabar com suas dívidas e começar a ter uma vida financeira saudável em 2021.
Neste artigo, vamos abordar também um tripé fundamental para conquistar uma vida financeira saudável, que inclui os atos de saldar dívidas, economizar e investir para que você possa usufruir daquilo que te traz qualidade de vida e bem-estar.
E começamos este texto com uma grande dúvida que permeia as mentes de muitas pessoas. O que é melhor: investir primeiro e, depois, pagar as dívidas ou ao contrário? A resposta a esta pergunta é mais simples do que se imagina: você só deve investir antes de pagar a dívida se puder ganhar mais com seu investimento do que pagaria com os juros de sua dívida.
E, para ser mais claro e sincero, isso raramente acontece, porque a dívida é muito cara. Para se ter uma ideia, a taxa média de juros sobre dívidas de cartão de crédito varia de 9% a 21% ao mês, segundo o Procon. Ou seja, há algumas exceções, mas no geral o bom senso e a lógica financeira mandam que as dívidas sejam saldadas primeiro se você quer ter uma vida financeira saudável.
Portanto, se você quer ter uma vida financeira saudável, pagar as dívidas é prioridade, especialmente aqueles débitos com juros muito altos e que comprometam o fluxo de caixa, como cheque especial, rotativo do cartão de crédito e crédito pessoal com juros abusivos.
Então, vamos começar falando da prioridade, que é liquidar suas dívidas.
Dívidas: um passo a passo para sair delas e ter uma vida financeira saudável.
A falta de planejamento financeiro é um dos grandes responsáveis pelo alto índice de inadimplência no país: quase 61 milhões de pessoas estão com as contas em atraso, segundo o Serasa Experian. Nesse sentido, a dificuldade de controlar o orçamento faz com que as pessoas acessem créditos com altas taxas de juros. Portanto, ao se deparar com essa situação, a preocupação é uma só: como sair das dívidas?
Porém, sair do mau endividamento não é algo impossível. Ou seja, sair do vermelho exige comprometimento e mudança de postura em relação às suas finanças. Esse já é um grande passo rumo a uma vida financeira saudável. Por isso, separamos algumas medidas práticas para te ajudar a reverter essa situação e gerenciar o seu orçamento com sabedoria:
1. Conheça o valor total das suas dívidas
Antes de mais nada, é importante listar todos os débitos acumulados até o momento. Dessa forma, é possível identificar quanto se deve no total e o quanto dessa dívida compromete sua renda mensal.
O ideal é listar todas as dívidas por ordem de atraso e urgência de pagamento. Sendo assim, a prioridade deve ser as contas que possuem a maior taxa de juros, como é o caso do cartão de crédito e cheque especial.
Faça uma grande varredura pelas contas antigas e, caso tenha dúvidas sobre o valor da dívida atual, contate as empresas com as quais possui compromissos em atraso para confirmar os dados.
2. Defina uma meta mensal de economia
Depois de definir uma estratégia para quitar as dívidas mais urgentes, você poderá adotar uma prática para evitar recorrer a linhas de empréstimo mais caras. Por isso, quando já estiver com as dívidas mais equilibradas, procure definir quais gastos você pode cortar para economizar, visando uma vida financeira saudável.
3. Negocie com os credores
Após conhecer o tamanho da sua dívida e conseguir identificar a sua capacidade de pagamento mensal, é muito mais fácil negociar os débitos mais caros e antigos com as instituições credoras.
Antes de fazer esse contato, estabeleça um limite de quanto pode destinar aos débitos. Peça uma proposta de pagamento dessa dívida em condições melhores e verifique no seu orçamento se o valor sugerido pela operadora está em conformidade com o que você definiu.
4. Troque dívidas caras por mais baratas
Se a negociação com as empresas credoras não evoluir, você pode partir para a portabilidade de crédito. Nesse caso, o consumidor pode procurar por alguma instituição que ofereça melhores condições de pagamento e transferir a dívida.
Essa prática recebe esse nome porque a instituição nova quita a dívida antiga e cria uma nova com parcelas mais ajustáveis à sua capacidade de pagamento mensal. É possível, inclusive, reduzir a taxa de juros que você está pagando atualmente. Sair das dívidas passa diretamente por encontrar as melhores oportunidades de juros no mercado.
5. Passe a controlar os seus gastos
Todas essas dicas só funcionam quando você adota novos hábitos de consumo. Isso não quer dizer que ele deva parar de consumir, mas sim assumir um compromisso consigo mesmo para sair das dívidas e criar metas financeiras mais rigorosas com o seu dinheiro. Por isso, faça uma autoavaliação sobre seus hábitos de consumo e veja se todos são realmente fundamentais para o seu momento.
6. Anote todos os gastos
A melhor forma de controlar o orçamento é anotar todos os gastos. Dessa forma, é possível identificar o seu perfil financeiro de maneira mais clara, bem como entender quais são os pontos focais que estão impactando a sua saúde financeira. Vale usar um caderno ou uma planilha. O importante é conseguir mapear todos os gastos mensais, incluindo os menores.
7. Busque mais conhecimento sobre educação financeira
Uma das principais formas de sair das dívidas é ter o conhecimento necessário para evitá-las. Por essa razão, é fundamental que você busque conhecimento sobre como se educar financeiramente.
Você já fez a sua reserva financeira? Acesse o vídeo exclusivo que fiz sobre o assunto!
Agora, vamos te mostrar como você pode se livrar de certas dívidas específicas. Continue lendo!
Como renegociar dívidas
Renegociar dívidas é, sem dúvida, um dos principais caminhos para conquistar a tão sonhada saúde financeira. A renegociação pode ser feita diretamente com o credor, seja em feirões para limpar o nome ou por meio do refinanciamento de dívidas – e portabilidade de uma instituição para outra. A dica mais importante é procurar canais oficiais do agente financeiro em que o crédito foi contratado – até para evitar cair em fraudes.
Como sair das dívidas de banco
Se você tem uma dívida pendente com o banco, o primeiro passo é conversar com o seu gerente e tentar negociar a melhor forma de pagamento. Em geral, as instituições costumam facilitar esse tipo de negociação, já que elas são as principais interessadas no pagamento da dívida.
Para a negociação é importante entender quanto do seu orçamento mensal pode ser comprometido com o pagamento da dívida. Com isso, é possível fazer uma proposta ao banco, que seja vantajosa para ambos.
Como sair das dívidas da minha empresa
Se você está buscando sair das dívidas da sua empresa, saiba que não está sozinho nessa missão. Uma pesquisa feita, no final de 2019 e divulgada em março deste ano (antes do anúncio da pandemia) pela Serasa Experian, mostrou que aproximadamente 6,1 milhões de empresas brasileiras estão inadimplentes.
Se a sua empresa possui dívidas em aberto é importante tentar uma renegociação da dívida com o credor. Dessa forma, é possível chegar a condições de pagamento mais viáveis e reduzir a taxa de juros.
Outra opção é buscar modalidades de crédito com taxas mais baixas, a fim de quitar a dívida e manter a integridade do seu negócio. O empréstimo com garantia de imóvel, veículo ou salário são opções com as menores taxas de juros do mercado. Dessa forma, é possível trocar as suas dívidas caras por uma mais barata, com um prazo maior, que te ajuda a planejar melhor o pagamento das parcelas. Inclusive, o empréstimo para MEI é uma opção para quem quer mais fôlego para o dia a dia na gestão.
Como sair das dívidas de cartão de crédito
A dívida de cartão de crédito é uma das mais caras do mercado – atrás apenas do cheque especial. Os juros, por exemplo, chegam a mais de 280% ao ano, de acordo com o Banco Central. Analisando esses dados, não restam dúvidas: o pagamento desse tipo de dívida deve ser uma prioridade no orçamento.
Negocie com a operadora de cartão de crédito e busque uma alternativa de pagamento que caiba no seu bolso. O agente financeiro tem tanto interesse quanto você na quitação do débito e costuma facilitar o pagamento, seja com parcelas mais flexíveis ou com a redução da taxa de juros.
Como se livrar das dívidas do cheque especial
O famoso crédito pré-aprovado que fica disponível na sua conta corrente pode custar caro para a sua saúde financeira. Isso porque o cheque especial possui a maior taxa de juros do mercado, chegando a mais de 300% ano segundo o Banco Central.
Se não for possível quitar o valor completo da dívida, é sempre válido buscar outras modalidades no mercado com juros menores e que podem ser usadas para organizar as finanças e sair da bola de neve do cheque especial. Assim, o consumidor troca a dívida cara por outra mais barata.
O empréstimo com garantia de imóvel e o empréstimo com garantia de veículo estão entre as opções mais utilizadas nesses casos. Outra alternativa é o crédito consignado privado, com taxas de juros a partir de 1,19% ao mês. Com ele, as parcelas do empréstimo são descontadas diretamente da folha de pagamento do colaborador, o que reduz os riscos de inadimplência e possibilita políticas de crédito melhores e mais flexíveis.
Uso do seu FGTS para pagar dívidas
O saque do FGTS é permitido em alguns casos específicos, como demissão sem justa causa, término do contrato de trabalho por prazo determinado, aposentadoria ou para a compra de um imóvel. Também é possível realizar o resgate antecipado em casos de doenças graves ou desastres naturais.
Fora destes contextos, o saque só é permitido diante de medidas anunciadas pelo governo, como é o caso do saque imediato, em que o Governo Federal permite o saque de até 500 reais de cada conta do FGTS. Se você se encaixa em alguma das condições para o saque do benefício, use o FGTS para quitar dívidas.
Dívida ativa: como quitar, parcelar e negociar
Deixar de pagar contas como IPTU, IPVA, multas de trânsito e, até mesmo, multas ambientais, podem acarretar em problemas maiores do que você imagina. Ligadas a órgãos públicos, a não quitação das contas pode resultar na chamada dívida ativa.
Em termos reais, a inscrição da dívida ativa ocorre da seguinte forma: ao receber a notificação da conta, como a de IPTU, por exemplo, o dono do imóvel é notificado de um débito que deve ser pago ao município.
Ao não quitar o valor indicado no prazo estipulado pelo órgão, o dono do imóvel abre a possibilidade do município solicitar (executar) a pendência. Tratando-se do IPTU, a Secretaria Municipal da Fazenda transforma o montante devido em um título executável de cobrança. Assim, o devedor passa a ser inscrito em uma dívida ativa, e o débito se torna passível de cobrança e penalidade.
Como quitar a dívida ativa
A inscrição na dívida ativa e a não quitação da pendência financeira podem trazer uma série de problemas. Isso porque, assim como uma dívida “comum”, a dívida ativa também implica em restrições em seu CPF e deixa o seu nome sujo na praça.
Regularizar sua situação, porém, pode ser mais simples do que você imagina. O pagamento pode ser feito de maneira flexível, pela internet mesmo. Além disso, não é preciso esperar a notificação da inscrição da dívida ativa chegar em casa para quitá-la.
Outra alternativa é a negociação nos famosos feirões destinados à renegociação de débitos. Criado para estimular o pagamento dos inadimplentes, órgãos federais, estaduais e municipais organizam programas para reavaliar o valor cobrado e ajudar os devedores a quitarem as dívidas. É importante ressaltar, porém, que as contas passam por juros e correção monetária.
Parcelamento da dívida ativa
Na hora de quitar a dívida, muitas pessoas ficam em dúvida se vale a pena parcelar seu pagamento. E a resposta pode ser mais simples do que parece. Se quitar o débito à vista pode proporcionar outra dívida, não hesite: recorra ao parcelamento da dívida ativa. Normalmente, os credores oferecem descontos aos contribuintes que puderem pagar à vista. Mas, também há condições vantajosas aos que desejam parcelar.
Como negociar dívidas
Como vimos, o primeiro passo para fugir dos débitos é tentar renegociar as dívidas com o credor. Principalmente porque ambos possuem interesse no pagamento do débito. Por isso, é possível conseguir descontos e condições especiais para o pagamento da dívida.
Antes de fazer a negociação, veja algumas dicas que podem te ajudar:
1 – Pesquise as ofertas e condições de outros bancos: faça simulações de crédito para identificar se existem propostas mais adequadas à sua realidade financeira.
2 – Procure a melhor maneira de conversar com o banco: ao ficar ciente sobre a dívida, entre em contato com o banco o quanto antes para mostrar que você tem interesse em quitar a dívida.
3 – Proponha soluções durante a conversa: a negociação com o banco não deve ser algo unilateral. Durante a conversa, proponha soluções e alternativas para o pagamento da dívida. A negociação deve ser vantajosa para ambos.
4 – Nunca se sinta intimidado: converse com o atendente de igual para igual e demonstre interesse em arcar com o débito.
5 – Frequente feirões de negociação: são ótimas oportunidades para conseguir condições especiais para quitar o débito.
6 – Seja realista nos cálculos: antes de aceitar qualquer proposta, faça as contas e entenda se as parcelas se adequam ao seu orçamento.
7 – Anote tudo: sempre anote o nome, protocolo de atendimento e o que foi acordado na conversa. Essas informações podem ser muito úteis caso haja algum problema futuro.
Agora, que você saldou ou está no caminho de quitar suas dívidas, é hora de falar sobre o ato equilibrado de economizar. Então, vamos em frente!
Como economizar dinheiro em 2021
Durante o processo de quitação de suas dívidas, é fundamental que você adote hábitos que te levem a economizar dinheiro para que você possa acabar com essa fonte de tormentos e começar a ter uma vida financeira saudável.
Agora, mesmo depois de saldá-las, você deve ter como meta não deixar o dinheiro escorrer pelas “torneiras”, muito menos esbanjar, ostentar (por sinal, nos tempos atuais isso está se tornando meio démodé ou até mesmo um acinte em tempos tão difíceis). Por sinal, isso contraria os princípios de vida financeira saudável.
Assim, depois, de pagar dívidas você deve começar a pensar em investir dinheiro seja para ter uma reserva de emergência, realizar sonhos que te levem a melhorar de vida, sem exageros. Também é preciso pensar no futuro, quando você estiver mais velho, em ter uma boa saúde física e uma vida financeira saudável. A ideia é que você não precise depender exclusivamente da Previdência Social, cuja tendência é restringir cada vez mais os ganhos de seus beneficiários.
Essa busca constante de economizar é perfeitamente legítima, e nada tem que ver com ser sovina – ou, numa linguagem mais popular, ser “pão-duro”.
O segredo, na verdade, está na organização. Você deve manter um controle das finanças e agir de maneira estratégica para garantir que o seu dinheiro dure mais e seja gasto de maneira consciente.
Nosso objetivo é ajudar você a aprender como economizar dinheiro e se tornar um investidor.
Assim, você será capaz de multiplicar o seu patrimônio de forma consistente, para então usufruir de uma vida mais confortável e poder realizar alguns de seus sonhos que dependem do dinheiro.
Confira abaixo o nosso passo a passo para que você consiga economizar dinheiro o mais rápido possível.
1. Anote tudo
Para ter o controle das suas contas, lembre-se de anotar todos os gastos. Assim, você saberá exatamente para onde o seu dinheiro está indo. Outro ponto é não se perder em meio a vários pagamentos que precisam ser feitos.
2. Crie metas
Um dos seus objetivos para o ano pode ser sair das dívidas até o fim do ano. Com essa meta em mente, você pode separar as dívidas prioritárias e criar estratégias, como o pagamento das contas mais caras ainda no primeiro semestre. Além disso, você também pode dividir as metas por mês, e dar um passo de cada vez.
3. Organize o orçamento
Uma atitude fundamental para sair do vermelho e se livrar das dívidas é organizar o seu orçamento. Assim sendo, você pode usar um aplicativo de telefone, uma planilha do computador ou mesmo um caderno. Portanto, o importante é que você anote todo o dinheiro que você recebe no mês e todos os gastos. Entre os recebimentos, estão: salário, bônus, aposentadoria, dinheiro de bicos etc.. Ademais, os gastos precisam ser detalhados, para você conseguir cortar o que é desnecessário.
4. Converse com a família
É muito importante envolver toda a família na organização do orçamento e no processo de acabar com as dívidas. Cada membro da sua casa pode ajudar com idéias para diminuir as contas ou conseguir mais dinheiro, com um trabalho extra ou venda de itens que vocês não usam mais.
5. Corte gastos desnecessários
Enquanto você está com dívidas, fica difícil realizar sonhos maiores. Então, por um período será necessário apertar o cinto e cortar alguns gastos. Lembre-se das pequenas economias, como:
apagar a luz do quarto quando sair; colocar o chuveiro na posição verão no período de calor;
juntar as roupas para usar a máquina de lavar na capacidade máxima, entre outras.
6. Procure uma renda extra
Às vezes, só cortar não basta, ou mesmo com todos os cortes possíveis ainda falta dinheiro para se livrar das dívidas e passar a ter uma vida financeira saudável. Se essa for a sua situação, o caminho pode ser a renda extra. Pode ser com um trabalho nas horas que estavam livres, bicos nos finais de semana ou mesmo com vendas.
7. Negocie com os credores
Com o orçamento em ordem e com as economias de corte de gastos ou renda extra, procure os seus credores. Com dinheiro na mão é mais fácil negociar e conseguir desconto.
8. Priorize as dívidas com maior juros
Se você tem mais de uma dívida, temos dicas para saber qual você deve pagar primeiro. O importante é dar prioridade para as dívidas que têm os maiores juros para não virar uma bola de neve.
9. Pesquise antes de comprar
Essa é uma dica que serve para todos os consumidores, mas para quem está com dívidas é fundamental. Pesquisar antes de comprar qualquer produto é a garantia de que você vai encontrar o melhor preço e, claro, economizar.
10. Faça uma autoavaliação
A última dica para sair das dívidas é uma reflexão. Pare e pense no que aconteceu para você ficar nessa situação. Isso é importante para você evitar a inadimplência no futuro e saber sair do problema o quanto antes.
Agora que você já aprendeu o que precisa fazer para sair das dívidas e a economizar, então, chegou o momento de pensar em investir seu dinheiro. Leia nossas dicas abaixo:
Como começar a investir
Antes de começar é importante desmistificar algumas máximas tomadas como verdades absolutas. Por exemplo, muita gente pensa que investir é coisa para milionários. Que é preciso ter muito dinheiro para então poder começar. Mas, na verdade, não é. Em muitos casos, o que acontece é o oposto: investindo aos poucos e regularmente, mesmo que uma quantia pequena, a riqueza vai crescendo com o passar do tempo.
Existem alternativas de investimentos para todos os bolsos, níveis de conhecimento e tempo de dedicação.
Conceitos básicos que todo investidor precisa conhecer
Você, que está interessado em começar a investir a fim de ter uma vida financeira saudável, já deve ter notado que o mercado conta com uma língua “própria”. Existem alguns conceitos que é preciso conhecer para poder se movimentar com mais segurança nesse ambiente. Conheça os principais deles:
Liquidez
Representa o nível de facilidade (ou de dificuldade) de resgatar ou de transferir um investimento. Aplicações com baixa liquidez são negociadas por menos investidores ou em prazos mais espaçados. É possível que sejam menos atrativas por conta disso. Costuma ser o caso de debêntures ou outras opções mais sofisticadas de renda fixa. Já os investimentos de alta liquidez possuem um volume elevado de operações. As ações da Vale ou da Petrobras, por exemplo, são consideradas de alta liquidez. Esse é um ponto a favor delas.
Risco
Nos investimentos, risco não é muito diferente do conceito de risco em geral. Representa a chance de alguma coisa sair diferente do esperado ou em desacordo com os interesses dos envolvidos. Na prática, é a possibilidade de que algo tenha impacto sobre os resultados das aplicações financeiras.
Retorno
É quanto o investidor ganha com uma aplicação financeira. Quando é expresso na forma de um percentual, é chamado de rentabilidade. Assim, uma rentabilidade de 10% ao ano é o mesmo que um retorno equivalente a 10% do valor inicialmente aplicado, obtido ao longo de um ano.
Diversificação
Uma estratégia de investimento muito conhecida no mercado é dividir os recursos entre diferentes produtos. Essa é uma prática voltada à redução de riscos – mas como? Tipos diferentes de investimentos costumam oscilar de forma distinta. Quando um está em queda, outros podem registrar ganhos, por exemplo. Isso ocorre porque acontecimentos que beneficiam um setor da economia, por exemplo, podem ser ruins para outro.
Pense no câmbio. O dólar valorizado é positivo para exportadores, e pode ser um estímulo para que as ações dessas empresas subam. Por outro lado, companhias que dependem de insumos importados tendem a sofrer com a mesma situação. Um investidor que tivesse apostado todas as suas fichas nessas empresas poderia ter prejuízo. Já se tivesse dividido o portfólio entre os dois tipos de negócios estaria mais protegido.
Relação entre risco e retorno
Cada investimento embute uma expectativa de retorno diferente. E qual é a razão disso? Entre outros fatores, conta a relação entre risco e retorno. De maneira geral, quanto maior for o risco de um investimento, maior é seu retorno esperado. Da mesma forma, investimentos com um risco menor tendem a apresentar um retorno esperado menor.
Compare o mercado de ações com os investimentos de renda fixa, por exemplo. É possível obter um retorno mais elevado com as ações, mas o risco dessa alternativa também é maior do que o das aplicações de renda fixa.
Tipos de investimento
Existem diversos ativos disponíveis no mercado financeiro. Cada um com caraterísticas específicas para atender os mais variados objetivos. A maioria deles são classificados como investimentos de renda fixa e renda variável.
Renda Fixa
São chamados de renda fixa os investimentos em que a forma de cálculo da remuneração é definida desde o momento da aplicação. Ao investir em um título desse tipo, o investidor na prática “empresta” dinheiro ao emissor – que pode ser o governo (se o investimento for um título público) ou empresas (caso se trate de uma debênture, por exemplo). Sua expectativa é receber de volta, no futuro, o valor aplicado mais juros. Todas as condições são acertadas antes de o investimento acontecer. Na renda fixa é possível encontrar as melhores opções de investimentos para iniciantes.
Renda Variável
Os investimentos de renda variável têm retorno imprevisível no momento do investimento. A remuneração que oferecem varia conforme as condições do mercado – exatamente o oposto da renda fixa, em que o cálculo do rendimento é conhecido desde o início.
Na renda variável, não é possível ter esse nível de certeza. Quem compra ações sabe que embolsará a valorização dos papéis, mas é impossível saber de quanto será essa variação. Na verdade, não é possível nem mesmo garantir se haverá ganhos, já que os papéis podem desvalorizar no período.
Portanto, os investimentos da renda variável são mais arriscados e não costumam ser indicados para investidores iniciantes.
Como começar a investir
Se o papo até aqui aguçou sua vontade de investir, saiba que é preciso seguir alguns passos para começar. Abaixo listamos os cinco principais:
1. Estabeleça os seus objetivos
Por qual razão você está economizando dinheiro? Se for para você trocar de carro no fim do ano, você tem uma situação. Se o objetivo for comprar um imóvel num futuro próximo, você tem outra situação. Já se seu desejo é assegurar uma aposentadoria tranquila, as especificidades são diferentes. E para cada um desses casos, existe uma maneira melhor (ou pior) de investir.
Perceba que cada um dos objetivos mencionados acima tem um prazo distinto de realização. Assim também são os investimentos necessários para cumprir cada um deles. Em geral, os experts classificam os investimentos em três horizontes temporais, que são:
• Investimento de curto prazo: são aqueles com uma duração de até um ano. Para esses casos, os especialistas costumam recomendar aplicações com liquidez diária – principalmente se você estiver falando da sua reserva de emergência. Trata-se de recursos guardados exatamente para fazer frente a imprevistos. Eles precisam estar disponíveis imediatamente, sempre.
• Investimento de médio prazo: são os que têm duração de um a cinco anos. Não há problemas em que pelo menos parte desse investimento seja aplicada em produtos de risco moderado, com alguma volatilidade, ou que não tenham liquidez diária. Isso porque a ideia é que o investidor tenha algum tempo para que possa recorrer a essa reserva.
• Investimentos de longo prazo: são chamadas assim as aplicações com prazo superior a cinco anos. Nesse caso, se for da preferência do investidor, pode-se aplicar em ativos mais longos e com maior volatilidade, o que implica maior risco de mercado (e também maior potencial de ganho).
2. Determine o valor que vai ser investido mensalmente e ajuste o orçamento
Você talvez já tenha ouvido a recomendação de que é necessário pagar a si próprio primeiro. Se seu objetivo é investir, essa frase é mais verdadeira do que nunca. Depois de estabelecer um orçamento e contabilizar quanto poderá dispor para aplicar em produtos financeiros, é importante considerar esse valor como um “custo” na sua planilha mensal de gastos. Separe esse valor logo que receber sua renda, e o direcione para o investimento da sua preferência.
Quando você deixa para aplicar somente quando sobra dinheiro na conta no fim do mês, você corre o risco de acabar não investindo nada. Os gastos de última hora abocanham parte dos valores disponíveis. Com isso, você fica sem dinheiro para a preservação do patrimônio e a multiplicação da riqueza. Por isso, pagar-se primeiro é uma necessidade real.
3. Descubra o seu perfil de investidor
Como você se sentiria se em um intervalo de poucos dias se um dos seus investimentos registrasse perdas de 5% ou 10%? Ou se precisasse de dinheiro no momento, mas esbarrasse em uma carência de algumas semanas em uma aplicação? Perderia o sono por conta do vaivém dos mercados ou descansaria tranquilo em meio a uma crise passageira?
Fazer esse tipo de pergunta a si mesmo pode ajudar as pessoas a identificarem seu próprio perfil de investidor. Ter consciência dele é importante em vários aspectos. Em primeiro lugar, serve para guiar a escolha dos produtos financeiros mais adequados. Alguém que não suporte oscilações bruscas, por exemplo, deve entrar com cautela em mercados de risco.
Em segundo lugar, ajuda a evitar surpresas no futuro. Quem já consegue prever a própria reação diante de situações adversas nos investimentos costuma ter condições de lidar melhor com elas e evitar atitudes precipitadas – que muitas vezes acabam em prejuízo.
Adequação dos produtos ao perfil do investidor
As próprias instituições financeiras têm por obrigação realizar um processo conhecido como suitability, que é verificar a adequação dos produtos, serviços e operações financeiras ao perfil do investidor. Na prática, significa que elas não podem oferecer investimentos sem checar a adequação deles para cada pessoa.
Normalmente, as instituições financeiras fazem essa análise aplicando um questionário com algumas perguntas sobre os objetivos do cliente e sua tolerância a risco. Com essas respostas, precisam classificar os investidores em pelo menos três categorias diferentes, de acordo com o perfil de risco de cada um.
O mais comum é que os investidores acabem sendo classificados como conservadores, moderados ou agressivos.
- Conservadores: são investidores que têm baixa tolerância a risco e que priorizam investimentos com liquidez.
- Moderados: buscam proteger o capital no longo prazo, e costumam estar mais dispostos a investir parte dos recursos em produtos com algum nível de risco.
- Agressivos: toleram o risco e aceitam a possibilidade de ter perdas em alguns momentos, se isso representar a chance de obter maiores retornos.
Não significa que os investidores tenham um perfil estático. Afinal, objetivos, situação financeira e nível de conhecimento mudam ao longo da vida. Um investidor moderado na juventude pode se tornar conservador na velhice. Ou alguém que comece com um perfil conservador pode evoluir para um perfil agressivo conforme se habituar ao funcionamento do mercado. O importante é ter clareza da sua tolerância ao risco em cada fase, para realizar os investimentos mais adequados em cada momento, sempre visando uma vida financeira saudável.
4. Estude sobre investimentos e defina uma carteira baseada nos objetivos e perfil
Agora que você já entendeu a necessidade de estabelecer objetivos financeiros para ter uma vida financeira saudável e de conhecer o próprio perfil de investidor, é hora de usar esses conceitos na prática. É com base nas suas descobertas sobre si mesmo que poderá definir quais as aplicações adequadas para seu caso. Isso é importante porque existe uma enorme variedade de produtos financeiros; cada um deles cabe a uma situação específica.
Procure estabelecer uma carteira de investimentos diversificada, porque isso ajuda a mitigar os riscos das aplicações. Você também deve acompanhar as mudanças no cenário econômico e do mercado financeiro. Isto porque elas podem ter um impacto sobre suas decisões de investimentos. Com certa frequência, você deve ainda fazer uma redistribuição da carteira.
5. Abra uma conta em uma corretora
Para começar a investir é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. Elas são as instituições financeiras autorizadas a receber as ordens de compra ou de venda de ações dos clientes e executar as operações na B3 em nome deles. Mas a bolsa de valores não é a única alternativa de investimento oferecida pelas corretoras.
A variedade de produtos financeiros que as corretoras disponibilizam, aliás, é uma das principais vantagens em relação aos bancos. Elas têm uma especialização apenas em investimentos. Ao contrário dos bancos, que oferecem serviços distintos, como crédito. Assim, elas conseguem capturar no mercado e oferecer a seus clientes muitas opções. Assim, os investidores encontram as mais adequadas opções para seus próprios perfis.
Saiba sobre a importância de economizar dinheiro
Por que economizar dinheiro é muito importante? (guarde pelo menos 10% dos seus ganhos)
Quando falamos da importância de economizar dinheiro para o futuro, a nossa intenção não é que você se torne uma pessoa mesquinha, é claro. A ideia é que você possa ter uma vida financeira saudável, o que traz grande equilíbrio, de forma geral.
Até porque economizar dinheiro só por economizar não faz sentido. A economia é útil quando ela tem um objetivo, seja ele ter maior segurança e conforto no futuro ou investir em algum bem durável como casa ou automóvel. Daí, a expressão vida financeira saudável. Assim, para garantir a eficácia do seu planejamento, você precisa estabelecer um valor fixo ou porcentagem de sua renda que deve ser poupado todos os meses.
A sugestão é que você guarde, no mínimo, 10% dos seus ganhos todos os meses. Em suma, essa é uma medida muito importante para quem quer ter um vida financeira saudável.
Tipos de investimentos financeiros
Existem diferentes tipos de investimentos disponíveis no mercado financeiro. Estes investimentos se classificam conforme o perfil de quem deseja investir. Para isso, é preciso considerar que existem duas classificações principais que se encaixam os investimentos:
Renda fixa são investimentos em que os investidores conhecem os rendimentos desde o início, por um indexador, como é o caso da tradicional poupança.
Renda variável: são investimentos em que seus rendimentos serão incertos quando aplicado o capital, como ao se adquirirem ações de uma empresa.
Considerando estas duas classificações é possível perceber que a renda fixa é mais segura e feita para investidores mais conservadores, enquanto os de renda variável para investidores que se arriscam mais.
Investimentos em renda fixa
Caderneta de poupança
A poupança é um investimento simples em que os bancos aplicam uma taxa de remuneração mensal sobre o capital investido. Pode ser feita em qualquer agência bancária, através de uma conta.
CDB – Certificado de Depósito Bancário
Os bancos é que emitem os CDBs como uma forma de arrecadar fundos, em troca de uma remuneração ao investidor. O investimento é feito sob consulta em agências bancárias, sendo notável que instituições menores oferecem taxas de juros maiores, o que oferece maior rendimento a quem aplica.
RDB – Recibo de Depósito Bancário
Os RDBs funcionam de maneira semelhante aos CDBs. A diferença é que o investido não pode retirar o dinheiro investido antes do tempo.
LCI – Letra de Crédito Imobiliário
As LCIs são investimentos angariados pelos bancos, em que o capital se destina ao setor imobiliário, tornando-se mais uma oportunidade de investimento.
LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
As LCAs se aplicam da mesma maneira que as LCIs, com a diferença de que a instituição financeira irá destinar o capital para fundos do agronegócio. Diferente dos CDBs, estas Letras de Crédito não possuem incidência de Imposto de Renda, o que pode ser mais vantajoso, dependendo das taxas de rentabilidades.
LC – Letra de Câmbio
As Letras de Câmbio são títulos de créditos e estão disponíveis oferecidos em diferentes partes do mercado. Elas funcionam como uma forma de empréstimo a consumidores. Por outro lado, existe a arrecadação de fundos por parte das financeiras, que oferecem boas rentabilidades para quem investe.
Tesouro Direto
Os investimentos em Tesouro são uma forma de arrecadação de fundos praticada pelo governo, através de títulos públicos. A rentabilidade destes títulos podem estar atreladas à inflação, por meio do IPCA, a taxa básica de juros Selic ou em uma taxa prefixada.
Fundos de investimento
Os fundos de investimentos são meios coletivos de aplicações. Os fundos considerados de renda fixa se destinam a aplicações mais conservadoras, como os CDBs, por exemplo. Durante a aplicação, um gestor fica a cargo dos fundos. E ele utiliza estratégias de investimentos. No caso dos fundos de renda fixa, o gestor aplica a maior parte do capital, onde o rendimento é fixado.
Debêntures
As debêntures são a forma como as companhias arrecadam fundos de investidores, como uma forma de empréstimo. E as companhias utilizam o capital em suas atividades. As empresas é que emitem os títulos de dívidas diretamente, remunerando os juros para o investimento.
COE – Certificado de Operações Estruturadas
O COE é um tipo de investimento financeiro que combina produtos de renda fixa com os de renda variável. Este funciona como os fundos de investimento. Sua vantagem é que a cobrança do IR ocorre somente no resgate do capital, pela tabela regressiva.
Investimentos em renda variável
Ações
As ações são um dos investimentos mais conhecidos da renda variável. Por ela, o investidor adquire parte do capital de uma empresa onde se torna um acionista, recebendo em troca partes do lucro do período. O investimento em ações acontece na bolsa de valores, através de corretoras, que comercializam ações de empresas de capital aberto. Você também pode adquirir ações de capital fechado diretamente com a empresa. Porém, essa não é uma prática muito comum.
Fundos de ações
Uma outra forma de investir em ações é através de Fundos de investimentos, onde é possível adquirir ações de diferentes empresas de uma maneira mais simplificada. As corretoras é que fazem o investimento em fundos de ações. Elas aplicam o capital e gestores o administram.
Fundos multimercados
Nestes fundos o investimento é mais amplo, operado entre diferentes tipos de ativos ao mesmo tempo, sejam por ações, investimentos em renda fixa, derivativos, moedas estrangeiras, entre outros. As corretoras é que administram o capital e formulam diferentes tipos de estratégias para o rendimento do investidor.
Fundos imobiliários
O fundo imobiliário destina o capital investido ao mercado imobiliário, comercializado através de cotas pelos imóveis disponíveis no fundo. Uma das vantagens está na isenção de imposto de renda pelos rendimentos que o investimento gera durante o tempo.
Derivativos
No mercado de derivativos existem diferentes produtos financeiros em que seus rendimentos “derivam” de outros produtos. Exemplo disto é o mercado de opções de câmbio em dólar, que derivam da variação das cotações da moeda internacional. Uma grande parte deste mercado está presente na Bovespa, a bolsa de São Paulo, que reúne investidores que procuram operações de proteção.
Para terminar este artigo, eu recomendo que você siga fortemente esse caminho da vida financeira saudável: saldar dívidas, economizar e investir. Mude seus hábitos de uma vez por todas se você quer viver com mais segurança, tranquilidade e qualidade de vida, no presente e no futuro. Então, comece “ontem” a fazer essas mudanças.
Caso queira fazer comentários, contar sua história ou esclarecer dúvidas, escreva abaixo e eu terei a maior satisfação em poder te ajudar a trilhar seu caminho rumo a uma vida financeira saudável.
Alexandre Garupo